13 de mar 2025
Escalada tarifária entre EUA e Europa traz lições valiosas para o Brasil
Donald Trump anunciou tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas da Europa, afetando o comércio. A medida é resposta às tarifas de 50% da União Europeia sobre produtos americanos. Produtores europeus, como os de vinho, temem prejuízos e tentaram evitar retaliações. O Brasil busca negociar isenções e evitar retaliações imediatas com os EUA. A escalada tarifária pode impactar setores diversos, aumentando preços para consumidores.
Donald Trump (Foto: Samuel Corum/Getty Images)
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A ameaça de Donald Trump de impor tarifas de 200% sobre bebidas alcoólicas da Europa, anunciada na quinta-feira, 13, representa um alerta para os produtores europeus. Essa medida é uma resposta à decisão da União Europeia de taxar em 50% produtos americanos, como uísque Bourbon e motocicletas, em retaliação às tarifas de 25% sobre aço e alumínio impostas pelos Estados Unidos. Associações do setor já haviam previsto que essa retaliação tornaria os produtos europeus alvos da política protecionista de Trump, resultando em prejuízos significativos.
Os Estados Unidos são o maior mercado para os destilados europeus, com exportações que totalizaram 2,9 bilhões de dólares em 2023. Em contrapartida, as vendas de uísque americano na Europa somaram 699 milhões de dólares. Produtores de vinhos e espumantes da França, Espanha e Itália temiam ser afetados, e tentaram convencer a Comissão Europeia a excluir as bebidas americanas da lista de retaliação, sem sucesso. Trump, ao anunciar a super-tarifa, destacou especificamente os vinhos franceses, afirmando que isso beneficiaria os produtores americanos.
O impacto imediato dessa estratégia é que os consumidores americanos também enfrentarão preços mais altos, mesmo para produtos nacionais. A abordagem da União Europeia, que buscou uma resposta proporcional às tarifas americanas, pode servir de exemplo para outros países, como o Brasil, que também foi prejudicado pelas tarifas sobre aço e alumínio. Apesar de não serem direcionadas especificamente à Europa, as tarifas afetam todos os exportadores, incluindo o Brasil.
Atualmente, a estratégia brasileira é evitar uma escalada de retaliações e buscar negociações com os Estados Unidos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil não retaliará imediatamente, seguindo a orientação do presidente Lula. O foco é negociar cotas isentas de sobretaxa para aço e alumínio. Embora recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) possa ter valor simbólico, essa opção pode ser arriscada e não prática, podendo dar margem a novas tarifas por parte de Trump. A escalada tarifária pode afetar diversos setores, como já demonstram os desafios enfrentados pelos produtores europeus.
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