14 de mar 2025
Tarifas de Trump geram tensões comerciais e podem impulsionar acordo Mercosul-UE
A UE impôs tarifas de 26 bilhões de euros em resposta às taxas dos EUA, intensificando tensões. O Brasil, cauteloso, busca oportunidades no acordo Mercosul UE, ainda não ratificado. Ex diplomata Victor do Prado critica tarifas dos EUA, que podem prejudicar a economia americana. O setor siderúrgico brasileiro pode perder até R$ 1,5 bilhão em 2025 devido às tarifas. A postura diplomática do Brasil visa evitar retaliações que poderiam agravar a situação.
Donald Trump, presidente dos Estados Unidos (Foto: Brendan Smialowski / AFP)
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As tensões comerciais entre Estados Unidos e União Europeia aumentaram nesta semana, com Bruxelas anunciando 26 bilhões de euros (R$ 164 bilhões) em tarifas sobre produtos americanos. Essa medida é uma resposta às sobretaxas de 25% impostas por Washington em importações de aço e alumínio. Analistas acreditam que essa guerra comercial pode acelerar o acordo entre UE e Mercosul, assinado no final do ano passado, mas que ainda aguarda ratificação pelo Parlamento Europeu e pelos legislativos dos países envolvidos.
O presidente dos EUA, Donald Trump, criticou a UE em sua rede social, chamando-a de "uma das autoridades tarifárias mais hostis e abusivas" do mundo. Ele também ameaçou aplicar tarifas de 200% sobre vinhos e bebidas alcoólicas da França e de outros países europeus. A comissária de comércio da UE durante o primeiro governo Trump, Cecilia Malmstrom, afirmou que uma guerra comercial tende a ser um "jogo de perde-perde", afetando consumidores e impactando a inflação e o crescimento econômico.
No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o governo não pretende retaliar imediatamente, ressaltando que já negociaram em condições mais desfavoráveis. Uma equipe técnica do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) se reunirá com representantes da administração Trump para discutir as tarifas. O impacto das novas tarifas pode resultar em uma perda de 1,5 bilhão de dólares para os exportadores de aço brasileiros em 2025, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O professor de direito internacional Alberto do Amaral destacou que a situação atual pode incentivar o Brasil a buscar novos mercados e tornar mais urgente o acordo com a UE. Em 2024, o Brasil exportou 48,27 bilhões de dólares para a UE e 40,36 bilhões de dólares para os EUA. A redução das exportações para os EUA pode ser compensada pelo aumento do comércio entre os blocos, beneficiando setores como transporte e produtos agrícolas. Contudo, a oposição na França e a postura do novo presidente argentino, Javier Milei, que pode retirar o país do Mercosul, complicam ainda mais o cenário para o acordo.
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