Banco da Inglaterra mantém juros em 4,5% e destaca incertezas globais e internas

O Banco da Inglaterra decidiu manter a taxa de juros em 4,5% durante reunião realizada na quinta-feira, 20 de março. O Comitê de Política Monetária (MPC) votou por 8 a 1 pela manutenção, com apenas um membro, Swati Dhingra, pedindo uma redução de 0,25 ponto percentual. O presidente Andrew Bailey destacou a profunda incerteza que afeta tanto a economia britânica quanto a global, especialmente em meio a tensões comerciais crescentes.

O comitê observou que, apesar de esperar uma diminuição nas pressões inflacionárias, não há garantias de que a política monetária seguirá um caminho predefinido nas próximas reuniões. Economistas consultados previam que a taxa se manteria em 4,5%, com possíveis cortes em maio, agosto e novembro. A incerteza em relação à política comercial global aumentou após os Estados Unidos anunciarem tarifas de importação, levando a retaliações de outros países.

Internamente, o iminente aumento de impostos para empregadores no Reino Unido pode impactar os preços no setor de serviços, conforme apontado pelo comitê. Além disso, pesquisas indicam uma fraqueza nas intenções de contratação das empresas. O Banco da Inglaterra também revisou levemente sua previsão de pico da inflação para 3,75% no terceiro trimestre de 2024, um pouco acima da estimativa anterior de 3,7%.

A reunião ocorre em um contexto de crescimento econômico fraco, com o Reino Unido apresentando uma contração de 0,1% em janeiro. O Banco já havia reduzido sua previsão de crescimento para 0,75% em 2025. As mudanças na tributação do governo britânico, que têm gerado descontentamento entre os empresários, também são um fator a ser considerado, especialmente com a apresentação do "Spring Statement" pela chanceler Rachel Reeves prevista para 26 de março.