CFOs preveem 60% de chance de recessão em 2025, com inflação e incertezas em alta

O cenário econômico dos Estados Unidos apresenta um aumento nas preocupações sobre uma possível recessão, com a probabilidade de um declínio no crescimento estimada em 43% segundo uma pesquisa da Deutsche Bank. Apesar do baixo índice de desemprego e sinais de crescimento contínuo, a inquietação entre consumidores e líderes empresariais tem crescido, refletindo um sentimento de que uma desaceleração econômica é cada vez mais provável. O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, reconheceu essas preocupações, mas reafirmou que a economia continua "forte no geral", embora tenha reduzido a previsão de crescimento do PIB para 1,7% em 2024, o que seria o pior desempenho desde 2011.

A inflação também é uma preocupação crescente, com a expectativa de que a inflação central atinja 2,8%, superando a meta de 2% do Fed, que ainda espera alcançar esse objetivo até 2027. Essa combinação de inflação elevada e crescimento lento levanta temores de estagflação, um fenômeno que não é observado desde a década de 1980. Embora poucos economistas acreditem que a situação atual seja comparável àquela época, a possibilidade de um dilema de política econômica, onde o Fed teria que escolher entre estimular o crescimento ou controlar a inflação, está aumentando.

Recentemente, uma pesquisa do CFO Council da CNBC revelou que 60% dos diretores financeiros esperam uma recessão na segunda metade de 2024, um aumento significativo em relação a apenas 7% que previam uma recessão no trimestre anterior. A política comercial dos EUA, especialmente as tarifas impostas pelo governo, é citada como a principal razão para essa nova perspectiva negativa. Além disso, 90% dos CFOs acreditam que as tarifas resultarão em uma inflação resurgente, e muitos estão ajustando suas expectativas sobre quando a inflação poderá ser controlada.

O clima de incerteza também se reflete nas decisões de investimento, com uma diminuição nas intenções de aumento de gastos de capital entre as empresas. A pesquisa indicou que 75% dos CFOs estão "moderadamente pessimistas" sobre a economia dos EUA, apesar de 75% expressarem otimismo em relação ao desempenho de suas próprias indústrias. Essa disparidade sugere que, enquanto as empresas podem estar se saindo bem, a incerteza econômica geral está afetando suas decisões estratégicas e de investimento.