Montadoras enfrentam grandes perdas com tarifas automotivas de Trump a partir de abril

As tarifas adicionais de 25% sobre importações de automóveis, anunciadas por Donald Trump e que entrarão em vigor em 3 de abril, afetarão montadoras globalmente e elevarão os preços para consumidores nos Estados Unidos. A Alemanha é o país da União Europeia mais vulnerável a essas tarifas, com os EUA importando US$ 24,8 bilhões em veículos alemães no último ano, representando quase 50% do total de US$ 52,3 bilhões do bloco. Montadoras como Porsche e Mercedes-Benz podem enfrentar perdas significativas, estimadas em € 3,4 bilhões (aproximadamente US$ 3,7 bilhões).

A Porsche, que não possui fábricas nos EUA e depende totalmente de importações, pode ser a mais afetada, especialmente após uma queda nas vendas na China. Com um valor de mercado em torno de € 44 bilhões, a montadora viu suas ações desvalorizarem drasticamente desde maio de 2023. A demanda por veículos elétricos da Porsche também caiu na China, embora a situação nos EUA seja mais favorável, com vendas crescendo desde 2009, exceto em 2020.

Entre as montadoras japonesas, a Nissan pode sofrer uma redução de 56% em seu lucro operacional devido às tarifas. A Hyundai, que já possui fábricas nos EUA, pode ter que pagar até US$ 7 bilhões anuais em tarifas, representando quase 40% de seu lucro operacional total em 2024. A Toyota, apesar de ter várias fábricas nos EUA, ainda importa cerca de 50% dos veículos que vende no país, o que pode resultar em uma queda de 6% em seu lucro operacional até 2026.

A Stellantis também será impactada, pois produz modelos no México e no Canadá. A Renault é a menos afetada, com vendas concentradas na Europa. A Ford poderá enfrentar menos dificuldades, já que 80% de seus veículos vendidos nos EUA são fabricados localmente. A Tesla, que produz todos os seus carros nos EUA, reconheceu que as tarifas terão um impacto "significativo", embora a maioria de seus componentes venha de fornecedores locais.