29 de abr 2025
Empresas de commodities falham em combater desmatamento, aponta relatório global
Apenas 3% das empresas de commodities estão agindo contra o desmatamento, revela o relatório Forest 500. Suzano se destaca, mas enfrenta críticas.
Área desmatada na região de planalto entre Santarém e Uruará, no Pará (Foto: Lalo de Almeida - 19/nov/2024/Folhapress)
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O 11º relatório Forest 500, divulgado pela Global Canopy, revela que apenas 3% das 500 empresas mais influentes no comércio de commodities estão adotando medidas eficazes contra o desmatamento. O relatório, intitulado "Empresas lucram, florestas caem: todos pagam o preço", destaca a Suzano como a melhor avaliada, embora enfrente desafios em suas operações.
O estudo aponta que a carne bovina é a principal responsável pelo desmatamento, com apenas 37% das empresas de carne e 30% das de couro possuindo compromissos efetivos para mitigar o problema. O relatório abrange nove commodities que impactam as florestas, incluindo soja, óleo de palma e madeira, e revela que essas cadeias produtivas são responsáveis por cerca de 60% do desmatamento global.
Desempenho da Suzano
A Suzano S.A., produtora de papel e celulose, foi classificada como a mais bem colocada no ranking por dois anos consecutivos. A empresa afirma que 100% de sua celulose e papel são verificados como livres de desmatamento, com a maior parte proveniente de plantações de eucalipto nos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia. Apesar disso, suas operações têm sido criticadas por impactos negativos em ecossistemas vizinhos e comunidades locais.
O relatório também destaca que o progresso das empresas em relação a seus compromissos tem estagnado. Apenas 27% das empresas divulgaram metas sobre desmatamento para todas as commodities avaliadas. Além disso, 22% publicaram evidências de implementação adequada, e apenas 3% o fizeram para todas as commodities.
Questões de Direitos Humanos
O desmatamento está frequentemente associado a abusos de direitos humanos, afetando comunidades locais e povos indígenas. Somente 6% das empresas possuem políticas abrangentes de direitos humanos relacionadas ao desmatamento. O relatório enfatiza a necessidade urgente de ações efetivas, especialmente com a COP30 se aproximando em Belém, no Brasil. A falta de compromissos abrangentes e a fraca implementação por parte das empresas são preocupantes, e a situação exige uma resposta imediata para evitar riscos futuros.
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