28 de mai 2025
Fundo soberano da Noruega alerta sobre riscos climáticos e revisa estratégia de investimentos
Fundo soberano da Noruega alerta que mudanças climáticas podem reduzir em 19% o valor de suas ações nos EUA. Pressão por ações mais firmes aumenta.
Entrada do edifício do Norges Bank Investment Management em Oslo, Noruega. (Foto: Victoria Klesty/Reuters)
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O fundo soberano da Noruega, gerido pelo Norges Bank Investment Management (NBIM), possui US$ 1,8 trilhão em ativos provenientes de receitas de petróleo. Recentemente, o NBIM alertou que as mudanças climáticas podem reduzir em 19% o valor das ações norte-americanas em sua carteira. A diretora Carine Smith Ihenacho enfatiza a necessidade de uma abordagem moderada, apesar das pressões por ações mais contundentes.
Durante um evento em Londres, Ihenacho foi questionada sobre a possibilidade de o fundo utilizar seu poder financeiro de forma mais agressiva em prol de ações climáticas. Ela destacou que isso poderia ultrapassar o mandato do NBIM, que visa obter o maior retorno possível com risco razoável e baixo custo, além de ser um proprietário responsável. O mandato foi revisado em 2022, incluindo um objetivo de longo prazo para que as empresas do portfólio operem com emissões líquidas zero.
O fundo tem buscado esse objetivo principalmente por meio de diálogos com as empresas investidas. Atualmente, 74% das emissões financiadas pela carteira do NBIM estão cobertas por metas de zero emissões líquidas, um aumento em relação aos 43% de 2021. Ihenacho afirmou que é difícil determinar se o fundo teve um papel decisivo nesse aumento, mas ressaltou que estão fazendo o possível para incentivar as empresas.
Críticas e Desafios
Críticos argumentam que o NBIM deveria ser mais assertivo em seu voto em questões climáticas. A diretora do grupo norueguês Future in our Hands, Anja Bakken Riise, afirmou que a falta de apoio do fundo a resoluções climáticas compromete seu papel como gestor de finanças sustentáveis. Em 2022, o NBIM apoiou apenas 34% das propostas de acionistas relacionadas à sustentabilidade, uma queda em relação aos 52% em 2018.
A abordagem do fundo em relação à exclusão de investimentos também é considerada moderada, com apenas 28 empresas banidas por razões ambientais. Essas exclusões resultaram em um ganho marginal de 0,02 ponto percentual ao ano no desempenho da carteira. A revisão da estratégia climática deste ano não deve resultar em mudanças drásticas, mesmo diante dos riscos climáticos identificados.
Ihenacho defende que o fundo prefere engajar-se com as empresas em vez de desinvestir. Ela argumenta que soluções políticas são necessárias, pois os investidores sozinhos não resolverão a crise climática. Recentemente, uma assembleia cidadã na Noruega concluiu que o país deve assumir um papel mais ativo no combate às mudanças climáticas, incluindo investimentos sustentáveis, mesmo que isso envolva mais riscos.
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