30 de mai 2025
Japão enfrenta dilemas fiscais com dívida recorde e pressão por novos gastos públicos
Pressão por aumento da dívida no Japão cresce antes das eleições, enquanto taxas de juros e protestos complicam a situação fiscal.
Turistas no distrito de Dotonbori, em Osaka, Japão, em 7 de abril de 2025. (Foto: Hiroko Masuike/The New York Times)
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O Japão, com uma dívida governamental superior a 9 trilhões de dólares, enfrenta dificuldades para manter seus gastos públicos. O governo, que historicamente recorreu a empréstimos com taxas de juros baixas, agora se vê pressionado a aumentar a dívida antes das eleições de verão. O primeiro-ministro, Shigeru Ishiba, alertou sobre os riscos das taxas de juros mais altas, comparando a situação fiscal do país à da Grécia, que enfrentou uma crise de dívida em 2009.
As pequenas empresas, afetadas por tarifas dos Estados Unidos, e as famílias, que lidam com a inflação crescente, exigem ajuda do governo. No entanto, a recente elevação dos rendimentos dos títulos de longo prazo indica uma crescente desconfiança dos investidores na capacidade do Japão de honrar suas obrigações financeiras. A demanda fraca em leilões de títulos também contribui para essa apreensão.
Desafios Fiscais
A dívida do Japão, que representa mais do que o dobro do tamanho da economia, levanta preocupações sobre a sustentabilidade dos gastos públicos. A maioria da dívida é detida pelo Banco do Japão e instituições financeiras locais, reduzindo o risco de uma retirada abrupta de capital. Contudo, especialistas como Koji Yano, ex-vice-ministro do Ministério das Finanças, alertam que a situação está em "risco significativo" de rebaixamento, semelhante ao que ocorreu com a classificação de crédito dos Estados Unidos.
As manifestações contra a disciplina fiscal têm se intensificado, com protestos em Tóquio exigindo a remoção de impostos sobre o consumo e mudanças no Ministério das Finanças. A insatisfação popular, especialmente entre trabalhadores não regulares, reflete um descontentamento crescente com a gestão fiscal do governo. A eleição na câmara alta em julho será um teste crucial para o Partido Liberal Democrata, que tem mantido o controle do poder no Japão por quase sete décadas.
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