24 de jun 2025


Mercados perdem confiança nos EUA e Paul Krugman aponta vantagem da China
Paul Krugman alerta para a incerteza econômica nos EUA, que pode desacelerar investimentos e afetar a inflação.

O economista norte-americano Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia em 2008. (Foto: Fraissat Zanone - 18.set.2012/Folhapress)
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O economista Paul Krugman, vencedor do Nobel de Economia em 2008, expressou preocupações sobre a complacência dos mercados financeiros em relação à crescente dívida pública dos Estados Unidos, que já atinge 120% do PIB. Durante sua participação no Anbima Summit em São Paulo, Krugman afirmou que os investidores estão começando a perder a fé na capacidade do governo americano de lidar com essa situação.
Krugman criticou as políticas econômicas do presidente Donald Trump, descrevendo-as como erráticas e extremistas. Ele destacou que a guerra comercial com a China favorece o país asiático, que possui uma estrutura econômica mais robusta para enfrentar os desafios atuais. O economista alertou que a intenção de Trump de reindustrializar os EUA é uma "fantasia", dado o cenário atual.
O Nobel também abordou o impacto das tarifas impostas pelo governo Trump, que aumentaram de menos de 3% para cerca de 17%. Ele prevê que isso resultará em um aumento gradual da inflação, que pode afetar diretamente os consumidores. Apesar de ainda não haver sinais claros de recessão, Krugman indicou que a incerteza política está desacelerando investimentos e gastos.
Incertezas Econômicas
Krugman ressaltou que a incerteza é o principal fator que pode levar a uma desaceleração econômica. Ele mencionou que, em um ambiente de tarifas flutuantes, as empresas hesitam em investir, o que pode resultar em um esfriamento econômico. O economista também comentou sobre a volatilidade do dólar, que, apesar de ser a moeda dominante, não é mais vista como um ativo confiável.
Em relação ao Brasil, Krugman avaliou que o país está menos exposto aos choques comerciais dos EUA, devido à sua dependência de parceiros como China e União Europeia. No entanto, ele alertou para os riscos de uma má gestão do comércio com os Estados Unidos, que pode impactar negativamente a economia brasileira.
Por fim, Krugman se mostrou cético em relação às criptomoedas como alternativas ao dólar, destacando sua volatilidade e altos custos de transação. Ele sugeriu que o euro poderia ser um competidor mais viável, caso mantenha sua estabilidade.
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