05 de jul 2025



Opep+ confirma quarto aumento consecutivo na produção de petróleo para agosto
O aumento de 548 mil barris por dia pela Opep+ visa atender à demanda de verão e recuperar mercado perdido para concorrentes.

Oferta será elevada em 548 mil barris por dia. O grupo havia anunciado aumentos de 411 mil barris por dia para maio, junho e julho e os mercados esperavam o mesmo patamar pra agosto (Foto: Andrey Rudakov/Bloomberg)
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A Opep+ anunciou um aumento na produção de petróleo de 548 mil barris por dia a partir de agosto, superando a expectativa anterior de 411 mil barris. A decisão foi tomada em uma reunião virtual no último sábado, envolvendo oito membros-chave, incluindo Arábia Saudita e Rússia. O grupo busca atender à forte demanda de verão e recuperar participação de mercado.
Desde abril, a Opep+ alterou sua estratégia, passando de cortes significativos na produção para uma ampliação gradual. O novo aumento representa uma resposta à crescente demanda por combustíveis, especialmente nos Estados Unidos, onde as refinarias processam mais petróleo do que em qualquer outro período desde 2019. Os preços de combustíveis, como o diesel, também dispararam.
Justificativas para o Aumento
Delegados da Opep+ justificaram a decisão com a necessidade de atender à demanda sazonal e a intenção de recuperar participação de mercado perdida para concorrentes, como os produtores de xisto dos EUA. A Arábia Saudita, em particular, está ansiosa para reativar rapidamente a capacidade ociosa. O aumento em agosto pode acelerar a devolução de 2,2 milhões de barris por dia de produção interrompida, um ano antes do previsto.
Apesar das expectativas de um aumento de 411 mil barris, a produção real pode ser menor, já que alguns membros, como o Cazaquistão, continuam a exceder suas cotas. O aumento da produção pode ser bem recebido pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que busca preços mais baixos do petróleo para estimular a economia.
Cenário Global
Os estoques globais de petróleo estão crescendo a um ritmo de 1 milhão de barris por dia, com a produção aumentando nas Américas e a demanda na China esfriando. A Agência Internacional de Energia prevê um excedente substancial no final do ano, com empresas como JPMorgan e Goldman Sachs projetando preços em torno de US$ 60 por barril no quarto trimestre.
A Arábia Saudita enfrenta um déficit orçamentário crescente e precisa equilibrar o aumento das vendas com a pressão sobre os preços. A Rússia, co-líder da Opep+, também enfrenta desafios econômicos, enquanto a indústria de xisto dos EUA já sinaliza uma redução na perfuração devido aos preços mais baixos do petróleo.
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