Trump anuncia tarifa de 10% para países do Brics e gera tensão econômica

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (8) a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados dos países do grupo Brics, que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Durante uma reunião na Casa Branca, Trump afirmou que o bloco foi criado para "desvalorizar o dólar" e que qualquer nação que se alinhar a ele enfrentará consequências econômicas.

Além da tarifa sobre os Brics, Trump revelou a possibilidade de tarifas adicionais de até 200% sobre produtos farmacêuticos e 50% sobre cobre. A implementação dessas tarifas está prevista para começar em 1º de agosto. O presidente destacou que essas medidas visam proteger os interesses econômicos dos EUA e manter a hegemonia do dólar no comércio internacional.

Reações e Impactos

As reações internacionais foram rápidas. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, defendeu a soberania dos países do Brics, enquanto autoridades da China e da Rússia criticaram a abordagem de Trump. O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que o uso de tarifas não beneficia ninguém, e a Rússia ressaltou a importância da cooperação entre os membros do Brics.

A União Europeia também está em negociações para evitar sobretaxas, especialmente em setores como agricultura e tecnologia. No entanto, a pressão de Trump continua a gerar incertezas nas relações comerciais internacionais. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, informou que o país já arrecadou cerca de US$ 100 bilhões em receitas com tarifas este ano, com expectativa de que esse valor chegue a US$ 300 bilhões até o final de 2025.

Estratégia Comercial

Trump já havia alertado anteriormente que qualquer país que se alinhasse com o Brics enfrentaria tarifas adicionais. A secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, reforçou que o presidente vê o grupo como uma ameaça ao dólar. O Brics, que recentemente se expandiu para 11 países, representa quase metade da população mundial e cerca de 40% do PIB global.

A Casa Branca está concentrando esforços diplomáticos em 18 parceiros comerciais, que representam mais de 90% do comércio internacional dos EUA. O governo brasileiro busca um acordo comercial antes do prazo estabelecido por Trump, que expira em 9 de julho.