09 de jul 2025
Preço da carne moída nos EUA sobe 16% e Brasil amplia exportação de carne
Preços da carne moída nos EUA sobem para US$ 5,98 por libra, impulsionados pela redução do rebanho e aumento da demanda.

CARNE BOVINA: em 2021, o USDA registrou 92,6 milhões de cabeças de gado, número que agora caiu para 86,6 milhões (Foto: Freepik)
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Após o aumento acentuado nos preços dos ovos no início do ano, a carne bovina nos Estados Unidos agora enfrenta uma situação semelhante. Em maio, o preço da carne moída atingiu US$ 5,98 por libra, marcando um aumento de 16,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior, conforme dados do Bureau of Labor Statistics (BLS) divulgados em 11 de junho.
Aumento nos Preços e Demanda
Esse aumento nos preços é atribuído à redução do rebanho e à alta demanda. O número de gado de corte nos EUA caiu para 27,9 milhões, uma diminuição de 13% desde 2019, o menor nível desde a década de 1950. Além disso, entre janeiro e maio de 2025, os preços da carne moída subiram 7,3%. Outros cortes, como bifes de contrafilé e acém, também registraram alta.
Empresas que compram grandes quantidades de carne, como McDonald's e Sysco, estão reagindo a essa situação. Elas processaram grandes processadores de carne, acusando-os de conspirar para elevar os preços. Embora os processadores tenham negado as acusações, alguns litígios foram resolvidos por dezenas de milhões de dólares.
Impactos da Crise no Setor Pecuário
A crise no setor pecuário é resultado de custos elevados, dificuldades climáticas e a decisão de pecuaristas de abater fêmeas. O fechamento de frigoríficos durante a pandemia de 2020 também impactou a oferta. Atualmente, os pecuaristas tentam reconstruir seus rebanhos, mas esse processo é lento, levando de dois a três anos para criar um bezerro até o abate.
Com a oferta reduzida de carne bovina, os EUA aumentaram suas importações do Brasil, que se tornou o segundo maior fornecedor global. De janeiro a junho de 2025, as importações brasileiras cresceram 113% em relação ao primeiro semestre de 2024, totalizando 181,5 mil toneladas e gerando uma receita de US$ 1 bilhão.
Perspectivas Futuras
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) prevê que os preços da carne bovina continuarão elevados até 2026. A combinação de oferta restrita e demanda alta deve manter o Brasil como o principal fornecedor de carne bovina para os EUA. Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), destaca que o ciclo pecuário americano é o menor dos últimos 80 anos, e essa situação não deve mudar a médio prazo.
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