11 de abr 2025
Resultados do quarto trimestre de 2024 indicam foco em empresas sólidas e com baixa dívida
A temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 revelou um cenário desafiador para o mercado brasileiro, marcado por juros elevados e crescimento econômico estagnado. Apesar das expectativas moderadas, empresas com baixo endividamento e gestão conservadora se destacaram, apresentando um aumento médio de 7,7% na receita líquida. Setores como varejo e alimentos mostraram valorização significativa, enquanto a construção enfrentou volatilidade. Um estudo da PwC Brasil, que analisou 348 companhias de capital aberto na B3, indicou que aquelas com caixa fortalecido e dívida controlada estão em vantagem para 2025. Embora os resultados gerais não tenham sido impressionantes, a receita líquida das empresas (excluindo o setor financeiro) cresceu, em média, 2,8% acima da inflação oficial (IPCA) em 2024. No setor financeiro, a receita de intermediação financeira teve um crescimento ainda mais robusto, de 11,6%. A análise da PwC destacou a importância do índice de liquidez, que mede a capacidade das empresas de honrar compromissos financeiros de curto prazo. Embora esse índice tenha permanecido estável em geral, houve um aumento significativo nos setores de comércio e exploração de imóveis, que tradicionalmente enfrentam desafios com juros altos. A gestão estratégica da redução de alavancagem foi um fator crucial para o desempenho positivo de setores como comércio e telecomunicações. Por outro lado, o setor de construção e engenharia não se destacou, refletindo a dificuldade em honrar pagamentos de curto prazo. A temporada de resultados também evidenciou um alongamento do perfil da dívida, com empresas renegociando prazos com credores, resultando em uma queda nas dívidas de curto prazo. Os investidores devem estar atentos aos fundamentos das empresas, priorizando aquelas que são consolidadas e têm gestão conservadora de caixa. Entre os destaques de 2024, as ações do varejo e da indústria de alimentos apresentaram valorização significativa no início de 2025, enquanto as ações de construtoras mostraram volatilidade. Com um cenário econômico desafiador, o foco deve ser no longo prazo, pois 2025 será um teste crucial para as companhias brasileiras.
Escolher (Foto: Getty Images)
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A temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 trouxe um panorama desafiador para o mercado brasileiro, marcado por juros altos e um crescimento econômico estagnado. Apesar das expectativas moderadas, um estudo da PwC Brasil revelou que empresas com baixo endividamento e gestão conservadora se destacaram, apresentando um aumento médio de 7,7% na receita líquida em comparação ao ano anterior. No entanto, a receita líquida real, ajustada pela inflação, cresceu apenas 2,8%.
Os setores de varejo e alimentos mostraram valorização significativa, enquanto a construção civil enfrentou volatilidade. O setor financeiro, que inclui grandes bancos, teve um desempenho ainda mais positivo, com um crescimento médio de 11,6% na receita de intermediação financeira. Alessandro Marchesino, sócio da PwC Brasil, destacou que a análise excluiu o setor financeiro para evitar distorções, dada a diferença nas estruturas de receita.
O índice de liquidez das empresas, que mede a capacidade de honrar compromissos financeiros de curto prazo, permaneceu estável, mas subiu para 2,2 vezes no comércio e na exploração de imóveis. Apesar do cenário desafiador, empresas de comércio e telecomunicações se destacaram pela gestão estratégica da redução de alavancagem. Por outro lado, o setor de construção não apresentou resultados positivos, refletindo a dificuldade em honrar dívidas em um ambiente de juros elevados.
As ações de varejo e alimentos tiveram um início de ano promissor, com valorização média de 32% e 11%, respectivamente, até 10 de abril de 2025. No entanto, o setor de construção, apesar de uma alta média de 25% nas ações, continua sendo volátil e suscetível a mudanças no cenário econômico, especialmente devido à guerra comercial entre Estados Unidos e China. O ambiente de gestão mais disciplinada observado em 2024 sugere que o foco deve ser em empresas consolidadas e com compromisso com a redução do endividamento.
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