Coty enfrenta desafios e é rebaixada para 'manter' após resultados decepcionantes

A Coty, empresa do setor de beleza, enfrenta um cenário desafiador. O Deutsche Bank rebaixou suas ações de "compra" para "manter" após resultados insatisfatórios no terceiro trimestre. O analista Steve Powers destacou que a companhia reduziu sua previsão de lucros e espera uma queda nas vendas.

A previsão de vendas para o ano é de uma diminuição de um dígito médio, impactada por dificuldades cambiais. Powers também ajustou o preço-alvo das ações de R$ 8 para R$ 6, o que ainda representa um potencial de alta de 31,3% em relação ao fechamento de quarta-feira.

O analista apontou que a Coty enfrenta tendências de crescimento mais lentas, especialmente no mercado dos Estados Unidos, além de desafios relacionados a tarifas, que podem custar à empresa cerca de R$ 100 milhões. A maior parte desse impacto recai sobre o segmento de fragrâncias de prestígio.

Powers comentou que, apesar de a Coty estar priorizando iniciativas corretas em um ambiente operacional difícil, o rebaixamento reflete a necessidade de cautela após os resultados do terceiro trimestre. Ele observou que, caso as condições macroeconômicas melhorem ou a empresa consiga monetizar sua participação na Wella, avaliada em cerca de R$ 1 bilhão, a Coty poderia se beneficiar significativamente.

As ações da Coty caíram quase 12% na quinta-feira, e desde o início do ano, a queda acumulada é superior a 33%. A análise de especialistas sobre as ações da Coty é mista, com dez dos vinte analistas recomendando "compra" ou "compra forte", enquanto oito classificam como "manter" e dois indicam "desempenho abaixo do esperado".