10 de mai 2025
Banco Central eleva Selic para 14,75% em meio a inflação persistente e incertezas globais
Inflação de abril surpreende com alta de 0,43%, pressionando a Selic a 14,75% e desafiando expectativas de desaceleração econômica.
CRÍTICAS - Gabriel Galípolo: o presidente do Banco Central já se tornou alvo de insatisfação de uma ala do PT (Foto: Marina Uezima/Brazil Photo Press/AFP)
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O Banco Central do Brasil, sob a presidência de Gabriel Galípolo, elevou a Selic para 14,75% ao ano, o maior nível em quase 20 anos. A decisão, anunciada em 7 de maio de 2025, visa combater a inflação persistente e a crise fiscal que afeta o país.
A inflação de abril foi de 0,43%, impulsionada principalmente por alimentação e serviços, desafiando as expectativas de desaceleração. Economistas projetam que a Selic pode continuar a subir, com a inflação apresentando sinais de aceleração. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 5,5% nos últimos doze meses, bem acima da meta de 3%.
Em dezembro de 2024, o Banco Central já havia sinalizado a necessidade de um aumento significativo na taxa de juros para enfrentar a inflação e a crise de confiança nas contas públicas. Desde então, a dívida pública tem crescido, e o governo não demonstrou comprometimento em reduzir gastos. A alta da Selic, que começou em setembro de 2024, é uma resposta a um cenário econômico desafiador.
Cenário Econômico
O mercado de trabalho continua superaquecido, especialmente no setor de serviços, e os preços dos alimentos permanecem elevados. João Scandiuzzi, estrategista-chefe do banco BTG Pactual, afirmou que a expectativa é de que os juros continuem subindo até o final do ano. A pressão inflacionária é acentuada pela alta dos preços dos serviços, que se aproximam de 6% no acumulado em doze meses.
O Copom também expressou preocupação com a incerteza no cenário externo, especialmente em relação à guerra comercial iniciada pelos Estados Unidos. A política tarifária do presidente americano, Donald Trump, trouxe volatilidade ao comércio global, impactando as economias emergentes, incluindo o Brasil.
Expectativas Futuras
Analistas acreditam que a Selic pode sofrer mais uma alta antes de iniciar um ciclo de queda. A próxima reunião do Copom está agendada para 18 de junho. A expectativa é que a inflação continue a pressionar a política monetária, com projeções de 5,4% para o IPCA em 2025.
A combinação de um mercado de trabalho aquecido e a resistência da inflação sugere que o Banco Central terá um trabalho árduo pela frente. A incerteza fiscal e a necessidade de soluções estruturais permanecem como desafios significativos para a economia brasileira.
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