Apostas online crescem e preocupam mercado financeiro e famílias de baixa renda no Brasil

O mercado financeiro brasileiro está em alerta devido ao crescimento das apostas online, que afetam a economia e a saúde financeira das famílias, especialmente as de baixa renda. Recentemente, banqueiros e especialistas solicitaram medidas rigorosas de controle e tributação sobre esse setor, que consome 20% do orçamento dessas famílias.

As apostas online movimentam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões mensalmente no Brasil, segundo dados do Banco Central. Um banqueiro expressou sua indignação, afirmando que “é uma afronta ao País permitir esses jogos online”. Ele defende a necessidade de uma regulamentação mais severa, semelhante à aplicada ao tabaco.

Impacto nas Famílias

O impacto das apostas é mais evidente entre as famílias de baixa renda, que destinam, em média, R$ 58 mensais a essas plataformas. Essa situação reduz a renda disponível para consumo e aumenta o risco de inadimplência no sistema bancário. Outro banqueiro sugeriu que a tributação sobre as apostas deveria ser elevada para 70% a 80%, comparando o gasto com apostas ao consumo de drogas ou bebidas.

A preocupação com as apostas online não é exclusiva do Brasil. Países como China e Coreia do Sul implementaram restrições severas após enfrentarem problemas sociais e dívidas relacionadas ao jogo. Na China, as apostas foram proibidas em 2015, permitindo apenas loterias esportivas controladas pelo governo.

Necessidade de Regulamentação

No Reino Unido, a regulamentação é considerada um modelo, com licenciamento restrito e tributação de 15% sobre os lucros das operadoras. No Brasil, a carga tributária atual é de 12% sobre a receita das plataformas e 15% sobre prêmios acima de R$ 2.112. O mercado financeiro e parte da sociedade pressionam o governo por regras mais rígidas, incluindo limites de publicidade e fiscalização efetiva.

O debate sobre a regulamentação das apostas online continua intenso, com a necessidade de priorizar a proteção da renda das famílias e a estabilidade econômica do País. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Congresso Nacional, por sua vez, tem avançado lentamente nas discussões sobre o tema.