Economia

Taxa Selic enfrenta defasagem de até 16 meses devido a estímulos fiscais elevados

Taxa Selic em 14,75% enfrenta defasagem de até 16 meses, enquanto desemprego atinge 6,6%, o menor desde 2012.

Fachada do prédio do Banco Central em Brasília. (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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O Banco Central (BC) do Brasil tem elevado a taxa Selic para 14,75% ao ano com o objetivo de controlar a inflação, que permanece acima da meta de 3%. No entanto, a política fiscal expansionista tem dificultado a eficácia dessa medida. Economistas apontam que a defasagem da política monetária aumentou para 12 a 16 meses, o que impacta a desaceleração da economia.

Apesar dos altos juros, a taxa de desemprego caiu para 6,6%, o menor nível desde 2012. Gabriel Barros, economista-chefe da ARX Investimentos, destaca que a defasagem se deve aos estímulos fiscais que "entopem os canais de transmissão da política monetária". Ele compara a situação atual ao segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff, quando os subsídios estavam elevados.

Os gastos com o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC) somaram R$ 278,9 bilhões em 2024. Além disso, os subsídios fiscais alcançaram R$ 544,5 bilhões. Felipe Salto, economista-chefe da Warren, afirma que os gastos têm crescido independentemente das gestões. A Selic, que começou a subir em setembro de 2024, está acima de 10% desde o início de 2022.

Impacto na Economia

Fernando Machado, superintendente de pesquisa econômica do Itaú Unibanco, explica que a política fiscal expansionista reduz a eficácia da política monetária, resultando em uma desaceleração mais gradual. Os dados do IBGE mostram que a taxa de desemprego continua a cair, mesmo com juros elevados. Ivo Chermont, economista-chefe da gestora Quantitas, observa que, apesar da alta na Selic, outros fatores estão compensando o impacto esperado.

As expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2026 e 2027 estão em 4,50% e 4%, respectivamente, acima da meta do BC. Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, afirma que a política fiscal está limitando a eficácia da política monetária. Emerson Marçal, da Escola de Economia de São Paulo, ressalta que os subsídios devem continuar, dada a pressão política.

Fernanda Guardado, economista-chefe do BNP Paribas, acredita que a economia perderá força no segundo semestre de 2025 devido aos juros altos. Ela prevê que o BC deve elevar a Selic para 15% na próxima reunião e mantê-la nesse nível por um período prolongado. O Ministério da Fazenda não se manifestou sobre o assunto.

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