16 de jun 2025

Mercado enfrenta estagnação devido a incertezas fiscais persistentes
Pacote de impostos do governo federal gera tensão na Faria Lima; votação decisiva pode mudar o futuro da tributação no setor financeiro.
Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, acompanha o impasse fiscal entre governo e Congresso Nacional (Foto: Germano Luders/VEJA)
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A Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, enfrenta um clima de incerteza devido a um novo pacote de impostos proposto pelo governo federal. As mudanças incluem alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e na tributação de produtos financeiros, afetando bancos e fintechs.
A Medida Provisória 1.303/2025 sugere a aplicação de 5% de Imposto de Renda sobre títulos antes isentos, como LCI, LCA, CRI, CRA e debêntures incentivadas. Além disso, propõe a unificação da alíquota de IR em 17,5% para a maioria das aplicações financeiras. O governo espera arrecadar mais de R$ 10 bilhões em 2025 com essas mudanças, mas enfrenta resistência no Congresso.
O impasse legislativo tem travado decisões de investimento e crédito. Dados da B3 mostram que, apesar de um crescimento de 26,1% nas emissões de dívida corporativa no primeiro trimestre, a liquidez no mercado secundário de renda fixa desacelerou após o anúncio das novas taxações. Com a insegurança sobre as regras futuras, bancos e fintechs têm reduzido a oferta de produtos financeiros.
Votação Decisiva
Um teste crucial pode ocorrer nesta segunda-feira, quando partidos de oposição tentarão votar um pedido de urgência para derrubar o pacote de tributos. A articulação conta com o apoio do presidente da Câmara, Hugo Motta, que tem criticado o governo. O aumento das despesas e a falta de cortes de gastos pelo presidente Lula levaram a equipe econômica a buscar o aumento de impostos como solução para as contas públicas.
O cenário atual reflete um drama fiscal que se intensifica, com parlamentares aproveitando a situação para exigir a liberação de mais recursos para emendas. A expectativa é que a votação traga novos desdobramentos para o setor financeiro, que aguarda ansiosamente as definições sobre a nova tributação.
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