Dólar recua para R$ 5,43 e acumula queda de 12% no semestre

O dólar encerrou nesta segunda-feira, 19 de junho, sua terceira sessão consecutiva de queda, fechando a R$5,4350, o menor valor desde setembro do ano passado. A desvalorização da moeda norte-americana foi impulsionada pela disputa pela formação da Ptax e um apetite por risco no mercado externo, especialmente após a revogação do imposto canadense sobre serviços digitais.

No acumulado do ano, o dólar já apresenta uma queda de 12%, enquanto no mês a desvalorização chega a 4,99%. O recuo no trimestre é de 4,76%. A formação da Ptax, calculada pelo Banco Central, é crucial para a liquidação de contratos futuros e, por isso, gera intensa movimentação entre investidores, especialmente no final de trimestres.

Os movimentos do real foram influenciados por um clima de otimismo nos mercados internacionais, que reagiram positivamente a novas negociações comerciais entre os Estados Unidos e outros países. A revogação do imposto pelo Canadá, que visava facilitar as conversas com Washington, foi um fator determinante para a queda do dólar. O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, indicou que haverá novos acordos comerciais antes do fim da trégua tarifária em 9 de julho.

A disputa pela Ptax neste mês é considerada ainda mais significativa devido ao fechamento do semestre, o que leva empresas a ajustarem suas posições cambiais. Leonel Mattos, analista da StoneX, destacou que a movimentação de câmbio pode ser intensificada neste período. Na manhã de hoje, o dólar chegou a atingir a máxima de R$5,5063, mas a tendência de queda prevaleceu ao longo do dia.

O índice do dólar, que mede seu desempenho frente a uma cesta de seis divisas, caiu 0,21%, refletindo a desvalorização da moeda em relação a outras, como o rand sul-africano e o peso chileno. A expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve também contribui para o apetite por ativos mais arriscados, reforçando a pressão sobre o dólar no Brasil.