Câmbio será mais influenciado pelo dólar do que pelo real, afirma diretor do BC

SÃO PAULO (Reuters) – O diretor de Política Monetária do Banco Central do Brasil, Nilton David, afirmou que a direção do câmbio está mais atrelada ao comportamento do dólar global do que ao desempenho do real. Durante uma conferência do Citi, realizada nesta quarta-feira, David destacou a maior incerteza no cenário econômico atual.

O diretor enfatizou que o Banco Central não realizou intervenções cambiais neste ano e que não planeja fazê-las a menos que seja absolutamente necessário. Segundo ele, as atuações do BC visam corrigir disfuncionalidades no mercado, sem relação direta com os preços das moedas.

Cenário Global e Impactos

David também comentou sobre as incertezas globais, que têm influenciado o mercado cambial. Ele mencionou que a nova administração nos Estados Unidos, sob Donald Trump, trouxe um viés mais mercantilista, impactando as expectativas do mercado. O diretor ressaltou que o BC não toma decisões baseadas em um único indicador, mas sim em uma análise abrangente de diversos dados econômicos.

Além disso, David abordou a manutenção da taxa Selic em níveis elevados por um período prolongado. Essa decisão, segundo ele, é necessária para observar a evolução dos indicadores econômicos. O diretor afirmou que o termo "bastante prolongado" indica que o Banco Central precisa de tempo para monitorar a situação, sem estabelecer um prazo fixo.

Expectativas para a Economia

O diretor do BC observou que há sinais de que a política monetária está começando a surtir efeito. Ele afirmou que a economia brasileira está se ajustando para operar mais próxima de seu potencial, embora atualmente esteja acima do que é considerado ideal. A análise cuidadosa dos dados econômicos continuará a guiar as decisões do Banco Central nos próximos meses.