Dólar fecha em R$ 5,40, menor valor em um ano, descolando do mercado externo

O dólar encerrou a quinta-feira, 3, com queda de 0,28%, cotado a R$ 5,405, o menor valor em um ano. A moeda brasileira se desvalorizou após dados de emprego dos EUA superarem as expectativas, mesmo com o DXY em alta no exterior. A sessão teve menor liquidez devido ao fechamento antecipado dos mercados em Nova York, em razão do feriado de 4 de julho.

A XP revisou suas projeções para a taxa de câmbio, prevendo R$ 5,50 por dólar até o final do ano. A expectativa de reformas fiscais a partir de 2027 e a atuação firme do Banco Central no controle da taxa de juros foram apontadas como fatores que contribuíram para a valorização do real. Em junho, a economia americana criou 147 mil empregos, superando a previsão de 106 mil, e a taxa de desemprego caiu de 4,2% para 4,1%.

André Valério, economista sênior do Inter, destacou que o resultado do payroll indica que o Federal Reserve não deve cortar a taxa de juros na próxima reunião. O mercado de trabalho nos EUA continua robusto, com números de seguro-desemprego em níveis historicamente saudáveis. A incerteza sobre o impacto das tarifas na economia americana pode manter o Fed cauteloso nas próximas decisões.

Expectativas para o Brasil

A valorização do real também é impulsionada pela manutenção de juros altos no Brasil, aumentando o diferencial de juros entre os dois países. Anderson Silva, head da mesa de renda variável da GT Capital, observou que o dólar tem perdido força globalmente, com uma possível retomada das compras por investidores estrangeiros.

O dólar à vista é utilizado para liquidações imediatas, enquanto o dólar futuro, negociado na Bolsa de Valores, permite que empresas se protejam contra a volatilidade cambial. O dólar futuro para agosto recuou 0,39%, cotado a R$ 5,4410. A movimentação no mercado de câmbio reflete as expectativas dos investidores sobre a economia e a política monetária.