19 de jan 2025
Fintechs e Pix transformam acesso a serviços bancários para 60 milhões de brasileiros
O Brasil viu 60 milhões de novos bancarizados, impulsionados pelo Pix e fintechs. Fake news sobre taxação do Pix geraram desconfiança e revogação de norma fiscal. Pesquisa revelou que 87% dos brasileiros ouviram sobre a desinformação. O governo busca regularizar fintechs, mas a maioria já repassa dados voluntariamente. O Pix se consolidou como meio preferido para pagamentos, beneficiando a inclusão financeira.
Silvana Almeida Santos, podóloga, que abriu conta em fintech (Foto: Maria Isabel Oliveira)
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A recente crise do Pix destacou a crescente bancarização da população de baixa renda no Brasil, impulsionada pelas fintechs. Nos últimos dez anos, aproximadamente 60 milhões de brasileiros ingressaram no sistema financeiro, representando mais da metade da força de trabalho do país, conforme dados da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs). O sistema de pagamentos instantâneos, criado pelo Banco Central, acelerou esse processo, embora uma tentativa de aumentar a fiscalização sobre transações acima de R$ 5 mil tenha gerado desinformação e resistência entre os novos correntistas.
Ruan Alves da Silva, um vendedor ambulante de 26 anos, exemplifica essa mudança. Ele abriu uma conta em um banco digital e, atualmente, movimenta entre R$ 3 mil e R$ 4 mil mensais, utilizando o Pix como principal meio de pagamento. Ruan afirma que a inclusão no sistema financeiro transformou sua vida, permitindo um melhor planejamento financeiro. Segundo a ABFintechs, 80% dos novos bancarizados realizam transações mensais entre R$ 2 mil e R$ 4 mil, enquanto 20% são microempreendedores individuais (MEIs) com movimentações de R$ 5 mil a R$ 10 mil.
A pesquisa da Quaest revelou que 87% dos brasileiros ouviram rumores sobre a possível taxação do Pix, e 67% acreditam que o governo pode implementar uma cobrança. O presidente Lula revogou uma normativa que exigia o repasse de dados de transações acima de R$ 5 mil, após a onda de desinformação. Essa norma visava igualar o tratamento fiscal entre bancos tradicionais e fintechs, mas a pressão nas redes sociais levou à sua suspensão.
Com a revogação, mais de 200 instituições financeiras não precisarão enviar dados de movimentações ao Fisco. Apesar disso, muitas fintechs já repassam informações voluntariamente. O governo busca automatizar a fiscalização, focando em orientar pequenos empreendedores a se regularizarem, sem intenção de autuá-los. A inclusão financeira, acelerada pelo Pix e pela pandemia, continua a transformar a dinâmica econômica do Brasil, com 90% dos adultos que recebem Bolsa Família utilizando o sistema de pagamentos.
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