27 de jan 2025
Montadoras brasileiras avaliam ação antidumping contra fabricantes chineses
A Anfavea estuda processo de antidumping contra montadoras chinesas. GWM e BYD iniciarão produção no Brasil em 2024, aumentando a concorrência. Importações chinesas elevaram a balança comercial do setor para negativa em 2024. A China representou 26% das importações brasileiras de veículos em 2024. Anfavea propõe elevar Imposto de Importação para 35% para proteger montadoras locais.
Carros elétricos da BYD em porto chinês: hoje a empresa exporta para o Brasil, mas vai iniciar a produção na Bahia em 2025. (Foto: AFP)
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A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está realizando estudos de mercado para avaliar a possibilidade de abrir um processo de antidumping contra montadoras chinesas. O dumping ocorre quando produtos são vendidos abaixo do custo para eliminar concorrentes. Entre os associados da Anfavea estão empresas como Stellantis, General Motors, Ford e Volkswagen. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, defende a livre concorrência e a prevenção de práticas prejudiciais ao mercado automotivo brasileiro.
Os estudos da Anfavea coincidem com o início da produção de duas montadoras chinesas no Brasil. A GWM (Great Wall Motors) planeja inaugurar sua fábrica em Iracemápolis, São Paulo, em maio, com produção voltada ao mercado nacional começando no segundo semestre. A BYD (Build Your Dreams) também iniciará operações em Camaçari, na Bahia, ainda no primeiro semestre. Outras montadoras chinesas, como Neta, GAC e Omoda/Jaecoo, têm planos de produção no Brasil entre 2026 e 2030, o que gera preocupação na Anfavea.
Leite destacou que a importação de veículos resultou em uma balança comercial negativa para o setor em 2024, situação que não ocorria desde 2021. Dados da Anfavea indicam que a China representou 10% das importações brasileiras de veículos entre janeiro e novembro de 2023, percentual que saltou para 26% em 2024. Para estimular as montadoras já estabelecidas no Brasil, a Anfavea propõe elevar o Imposto de Importação para 35%, com investimentos planejados de R$ 150 bilhões até 2030.
A reportagem procurou a GWM e a BYD para obter um posicionamento sobre as alegações da Anfavea e aguarda retorno. A situação destaca a crescente presença das montadoras chinesas no Brasil e as reações do setor automotivo nacional frente a essa nova concorrência.
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