01 de fev 2025
Aurora busca recuperar reputação e se tornar referência em práticas sustentáveis
Chuvas devastadoras destruíram 30% das terras da família De Mari em Bento Gonçalves. Cooperativa Vinícola Aurora projeta faturamento de R$ 1 bilhão até 2026. Aurora implementa práticas sustentáveis e mapeia emissões de carbono. Crise climática impulsiona adoção de boas práticas socioambientais na cooperativa. Após escândalo de trabalho escravo, Aurora institui alojamento para trabalhadores.
Parreiras em terras gaúchas: após a catástrofe das chuvas, mais atenção com o meio ambiente (Foto: Fernando Zanchetti/Divulgação)
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O produtor de vinhas Nacir De Mari, de 67 anos, enfrentou uma catástrofe climática em sua propriedade em Bento Gonçalves (RS), onde a viticultura é tradição familiar há quatro gerações. Três dos dez hectares da propriedade foram devastados por deslizamentos durante uma forte chuva em abril de 2024. Seu sobrinho, Luciano De Mari, de 41 anos, destacou que a reconstrução custará cerca de R$ 500 mil, enquanto a família faturava R$ 700 mil por safra. A colheita nos próximos quatro anos será reduzida a pouco mais da metade do que era antes.
Os De Mari fazem parte das 1.100 famílias da Cooperativa Vinícola Aurora, a maior do Brasil, onde 8% dos cooperados sofreram danos. O presidente da cooperativa, Renê Tonello, também foi afetado, ficando um mês afastado de seus vinhedos. Sob sua liderança, foram elaborados mais de quarenta projetos de financiamento para a recuperação, mobilizando R$ 4,5 milhões do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, com apoio do BNDES.
A Aurora, que colheu 70 milhões de quilos de uvas no ano anterior, viu a produção cair para 50 milhões de quilos em 2024. Para compensar, a cooperativa optou por adquirir insumos no mercado. Tonello afirmou: “Quando quebras de safra acontecem, buscamos parceiros para compensar.” A cooperativa espera uma recuperação em 2025, mas os desafios climáticos exigem uma adoção mais rigorosa de práticas sustentáveis.
A Aurora já implementou ações para reduzir suas emissões de carbono e modernizar suas operações, incluindo a adesão ao mercado livre de energia, evitando a emissão de 1,3 milhão de toneladas de dióxido de carbono. Após um escândalo de trabalho escravo em 2023, a cooperativa passou a garantir alojamento adequado para trabalhadores. Rodrigo Arpini, diretor de vendas, afirmou que diretrizes de ESG (ambientais, sociais e de governança) serão incorporadas ao estatuto da cooperativa, visando moldar uma cultura empresarial responsável. A sustentabilidade não só beneficia o meio ambiente, mas também promete resultados financeiros, com projeções de faturamento superando R$ 1 bilhão em 2026.
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