HSBC encerra operações em Wall Street e foca em mercados asiáticos e do Oriente Médio

O HSBC anunciou a suspensão de suas operações de assessoria financeira corporativa e coordenação de ofertas de ações em Nova York, Londres e Europa, surpreendendo muitos funcionários. O comunicado, feito na terça-feira (28), revelou que a decisão entraria em vigor após o fechamento do pipeline de negócios atual, resultando na perda de empregos para poucas centenas de colaboradores. Durante uma chamada conduzida pelo CEO Georges Elhedery, foi enfatizado que o banco não poderia arcar com os custos de operações que não competiam com gigantes como JPMorgan Chase e Goldman Sachs.

Apesar da saída dos mercados de fusões e aquisições (M&A) e de capital acionário, o HSBC continuará a operar em Hong Kong e Dubai, onde manterá sua presença como banco de investimento. O banco, que é o maior da Europa e um dos principais distribuidores de títulos de dívida, ficou em 15º lugar no mercado de transações de ações nos EUA no ano passado, uma posição abaixo de concorrentes menores. Em M&A, não figurou entre os 20 maiores participantes nos EUA e ocupou a 15ª posição no Reino Unido.

O HSBC busca focar em seus negócios principais na Ásia e no Oriente Médio, onde enfrenta menos concorrência. A saída das operações de M&A é uma estratégia para cortar cerca de US$ 3 bilhões de custos, parte de um plano mais amplo que já resultou na redução da diretoria executiva em um terço. A decisão ocorre em um momento em que a atividade de negociações globalmente está se recuperando, o que torna a medida ainda mais notável.

Os funcionários afetados receberão bônus especiais para incentivá-los até o término de suas atividades. O HSBC, que ainda assessora transações em andamento, como a oferta de £ 350 milhões (US$ 435 milhões) da Fortress para o grupo de restaurantes Loungers, reconheceu que a notícia do fechamento das unidades seria "perturbadora". A reestruturação reflete a necessidade do banco de se adaptar a um ambiente competitivo em constante mudança.