Prefeitura de Bodó cria 'betolândia' com licença de R$ 5 mil e atrai apostas online

O endurecimento das regras do governo federal sobre apostas online, que exige uma outorga de R$ 30 milhões, levou empresários a buscar alternativas mais baratas. Em Bodó, no Rio Grande do Norte, a licença para operar um site de apostas custa apenas R$ 5 mil, representando apenas 0,02% do valor exigido pela Fazenda. Desde a abertura do credenciamento no ano passado, 38 empresas já se registraram na cidade, que possui apenas 2.363 habitantes, permitindo uma licença para cada 63 moradores.

Essas empresas, que operam sem as exigências do Ministério da Fazenda, oferecem uma variedade de apostas esportivas e jogos online. Entre elas estão plataformas como Play na Bet, Betinha e Bet10, que permitem apostas em esportes como futebol e basquete, além de jogos como tigrinho. A Aposta 7, por sua vez, foca em jogos de cassino e game shows, embora não tenha a licença federal, afirma operar de acordo com as normas da Fazenda.

O prefeito de Bodó, Horison José da Silva (PL), defende o credenciamento como uma forma de aumentar a receita municipal sem novos impostos. Desde a implementação, a prefeitura já arrecadou R$ 190 mil e 2% do lucro das apostas, enquanto o governo federal receberia R$ 1,14 bilhão das mesmas empresas. A legislação brasileira permite que loterias municipais autorizem apostas, mas com restrições de operação apenas localmente.

Embora as regras federais exijam que as apostas operem sob o domínio “.bet.br”, em Bodó, as empresas utilizam diversos domínios, como “.com” e “.game”, o que pode gerar confusão. Essa situação coloca a cidade como um novo centro de apostas, atraindo empresários em busca de um ambiente mais favorável para operar.