Economia

Frigoríficos ampliam transparência, mas controle de fornecimento de gado na Amazônia ainda é baixo

Frigoríficos na Amazônia aumentam transparência, mas controle ainda é baixo. Estudo Radar Verde de 2024 revela que apenas 0,7% têm controle intermediário. JBS apresenta maior risco de desmatamento, com 11,5 milhões de hectares expostos. Marfrig e Minerva destacam se no monitoramento de fornecedores diretos. Metodologia do estudo gera controvérsias entre indústrias, que questionam eficácia.

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"O primeiro ponto da análise é que tivemos evolução, mesmo que lenta” (Foto: © AFP e Pablo Valadares/Câmara dos)

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Os frigoríficos de carne bovina na Amazônia aumentaram a transparência na divulgação de dados sobre a cadeia de fornecimento de gado, uma ação crucial para combater o desmatamento na região. Um estudo do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Instituto O Mundo que Queremos, intitulado Radar Verde, avaliou 146 empresas em 2024, um aumento em relação às 132 do ano anterior. O levantamento revelou que o número de empresas que publicaram resultados de auditorias independentes subiu de 11 para 13, enquanto as que disponibilizaram sites para avaliação do controle de fornecedores aumentaram de 38 para 41.

Apesar dos avanços, a análise geral do Radar Verde mostrou que apenas 0,7% das empresas apresentaram controle intermediário da cadeia pecuária, 8,2% tinham controle baixo e 91,1% apresentaram controle muito baixo. Nenhum frigorífico obteve avaliação alta. Em 2023, 92% das empresas estavam na categoria de controle muito baixo. Segundo Paulo Barreto, pesquisador do Imazon, a dificuldade em controlar fornecedores indiretos é um dos principais fatores que contribuem para esses resultados, expondo as empresas ao risco de adquirir gado de áreas desmatadas.

Em relação ao fornecimento direto, houve uma leve queda no controle, com seis frigoríficos classificados com grau de controle muito alto, um a menos que em 2023. Marfrig, Minerva e Rio Maria foram os mais bem avaliados nesse aspecto. A JBS, que possui monitoramento considerado alto, também lidera em grau de exposição ao risco de desmatamento, com uma área de compra de 11,5 milhões de hectares. A empresa afirmou que desde 2009 utiliza um sistema de monitoramento geoespacial para avaliar fazendas fornecedoras e que, a partir de 2026, apenas produtores na sua Plataforma Pecuária Transparente poderão vender gado para ela.

A Marfrig e a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) reconheceram a importância do estudo, mas criticaram a metodologia utilizada. A Marfrig destacou que monitora 100% de seus fornecedores diretos e 79% dos indiretos, com uma meta de 100% de rastreabilidade até o final do ano. A Abiec argumentou que a metodologia pode confundir os consumidores, pois não considera rigorosamente as políticas de aquisição das empresas. A Frigol também expressou descontentamento com a avaliação, afirmando que sua transparência e controles têm sido penalizados pela metodologia do Radar Verde.

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