07 de fev 2025
Porsche enfrenta crise: queda de vendas e tarifas de Trump ameaçam futuro da montadora
A Porsche enfrenta queda de lucro, com margem reduzida a 10%, metade da meta. Impacto de 800 milhões de euros devido à expansão do portfólio é previsto. Holding familiar espera perda contábil de até 3,5 bilhões de euros no investimento. Novas tarifas dos EUA podem afetar severamente a operação da Porsche no país. A montadora luta para se adaptar à demanda por veículos elétricos, especialmente na China.
Empresa está se distanciando cada vez mais das elevadas metas estabelecidas durante a sua listagem de ações há dois anos. (Foto: Reprodução)
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A Porsche enfrenta um cenário desafiador, com suas metas financeiras se distanciando após a listagem de ações há dois anos. A margem de lucro do fabricante do 911 deve cair para 10% em 2024, metade da meta de 20% estabelecida anteriormente. As ações da empresa caíram 8% na última sexta-feira, atingindo um novo mínimo desde a oferta pública inicial (IPO), que arrecadou cerca de 9,4 bilhões de euros (US$ 9,8 bilhões). O analista Stephen Reitman, da Bernstein, expressou preocupação com a "acentuada deterioração" das perspectivas e sugeriu uma reunião com investidores para esclarecer a situação.
O valor de mercado da Porsche caiu para cerca de 50 bilhões de euros, menos da metade do que era em maio de 2023. O CEO Oliver Blume, que também dirige a Volkswagen, enfrenta pressão crescente, especialmente após a indicação de que o conselho de supervisão pode destituir o diretor financeiro e o chefe de vendas. A empresa já havia desistido da transição para veículos elétricos, citando demanda abaixo do esperado, e as entregas na China caíram 28% no ano passado. A Porsche também anunciou um impacto de 800 milhões de euros (US$ 831 milhões) em 2024 devido à ampliação de seu portfólio.
A situação é ainda mais complicada com as ameaças de novas tarifas sobre importações de veículos da União Europeia, conforme declarado pelo presidente dos Estados Unidos. A Porsche, que depende de importações para o mercado americano, pode ser severamente afetada se as tarifas aumentarem significativamente. O analista Michael Dean destacou que a Porsche e a Mercedes-Benz seriam as mais impactadas, e a empresa pode precisar considerar transferir parte da produção para os EUA, embora isso represente um desafio logístico e financeiro.
Além disso, a Porsche não consegue aproveitar a fábrica da Volkswagen no Tennessee, pois seus modelos não compartilham a mesma plataforma dos SUVs produzidos lá. A empresa já considerou a fabricação nos EUA, mas as discussões não avançaram devido a dificuldades com fornecedores e a necessidade de manter a imagem de "Made in Germany". A volatilidade gerada pelas declarações de Trump sobre tarifas tem afetado as ações da Volkswagen, que caíram 5,3% após os comentários sobre as tarifas da UE. A Porsche, como uma fabricante menor, enfrenta dificuldades para estabelecer produção em mercados-chave, e a industrialização nos EUA pode se tornar uma necessidade.
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