Kering enfrenta desafios com queda de 24% nas vendas da Gucci, mas ações sobem 6%

Os investidores da Kering, grupo francês de artigos de luxo, se preparam para desafios nesta semana, quando a empresa divulgará seus resultados financeiros. A saída inesperada do diretor de criação da Gucci, Sabato De Sarno, após dois anos, marca um período conturbado para a marca, que representa quase dois terços do lucro do grupo. A Kering observou uma leve melhora nas vendas na China, mas a receita da Gucci caiu 24% no último trimestre do ano passado.

As ações da Kering subiram até 6,7% no início do pregão de Paris, impulsionadas por um lucro anual que superou ligeiramente as expectativas dos analistas. Apesar disso, os papéis recuaram 38% nos últimos doze meses. O diretor financeiro, Armelle Poulou, destacou que a empresa está implementando medidas de controle de custos, incluindo um congelamento no número de funcionários e reduções na cadeia de suprimentos.

A receita operacional recorrente da Kering caiu 46%, totalizando 2,55 bilhões de euros (aproximadamente 2,63 bilhões de dólares) no ano passado, o menor valor desde 2016. Analistas apontam que, embora a evolução do lucro operacional tenha sido melhor do que o esperado, o declínio absoluto em relação a 2023 é significativo. A Kering também planeja reduzir sua exposição a ativos imobiliários e diminuir sua dívida.

A Gucci, que enfrenta uma desaceleração na demanda por produtos de luxo, não é a única marca afetada; rivais como a LVMH também enfrentam dificuldades. A Hermes International, conhecida por sua clientela fiel, divulgará seus lucros na próxima sexta-feira. A Kering ainda não anunciou um novo designer para a Gucci, e as criações de De Sarno não conseguiram gerar entusiasmo suficiente entre os consumidores.