Burberry registra queda de vendas menor que o esperado e ações disparam 17%

As ações da Burberry apresentaram um aumento significativo após a divulgação de resultados que superaram as expectativas, impulsionados pela demanda nos Estados Unidos. A fabricante de gabardines xadrez reportou uma queda de 4% nas vendas no varejo em uma base comparável, melhor do que a previsão de 13% de redução feita por analistas. O CEO Joshua Schulman, que assumiu em julho, está implementando uma reformulação da marca, focando em suas raízes e produtos icônicos, como os trench coats de £ 2.000 (US$ 2.480).

O desempenho recente da Burberry, que mostra sinais de recuperação, segue as vendas robustas da Richemont, proprietária da Cartier, alimentando as esperanças de que o mercado de luxo possa estar se recuperando. As ações da Burberry subiram até 17%, o maior aumento desde novembro, e acumulam uma alta de 25% em 2024, após uma queda de mais de 50% nos dois anos anteriores. Rivais como Kering, LVMH e Moncler também registraram alta.

A empresa destacou que a demanda nos EUA foi particularmente forte, especialmente em Nova York, após a reabertura de uma loja na 57ª rua. Apesar do otimismo, a Burberry alertou sobre a incerteza do ambiente econômico e que sua transformação está apenas começando. O analista Piral Dadhania, da RBC Capital Markets, considerou os resultados como um "primeiro passo na direção certa", embora tenha notado que a atividade promocional durante o trimestre pode ter influenciado os números.

A Burberry adotou uma estratégia de descontos limitados para limpar o estoque, com reduções de preços de até 50% em alguns produtos durante a temporada de festas. A diretora financeira Kate Ferry afirmou que os descontos impactaram menos de 2 pontos percentuais no desempenho trimestral. A demanda por produtos não promocionais, como lenços, se mostrou forte, indicando que a marca está gerenciando seus níveis de estoque de forma eficaz, conforme observado pela analista Mamta Valechha, da Quilter Cheviot.