11 de fev 2025
Azul lança unidade para intermediar compra e venda de créditos de carbono
A Azul criou uma unidade para intermediar créditos de carbono para empresas. A nova área busca garantir a integridade dos projetos de compensação. Parcerias com empresas como Auren e BTG visam diversificar as ofertas. O mercado de carbono no Brasil pode alcançar US$ 50 bilhões até 2030. Crise de credibilidade no setor resulta em investigações de fraudes recentes.
O valor pago pelos créditos de carbono disponíveis no mercado varia de acordo com: projeto, região e volume disponível, entre outros fatores. (Foto: Getty Images)
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A companhia aérea Azul lançou uma nova unidade de negócios dedicada à intermediação de compra e venda de créditos de carbono, visando conectar projetos geradores a empresas que buscam neutralizar suas emissões de gases de efeito estufa. Filipe Alvarez, gerente de Sustentabilidade da Azul, destacou que a empresa atua como um marketplace de desenvolvedores e projetos, garantindo a integridade dos créditos comercializados. A nova unidade atenderá exclusivamente clientes jurídicos, enquanto a neutralização de emissões para pessoas físicas continuará sendo realizada por meio da plataforma internacional Chooose.
A decisão de separar os serviços foi motivada por questões operacionais, já que muitos clientes não adquiriram créditos suficientes para compensar uma tonelada de carbono equivalente. A Azul agora consolidará a demanda, facilitando a compra e a certificação dos créditos utilizados para neutralização. Alvarez ressaltou que, para empresas, a gestão da comercialização de créditos será internalizada, oferecendo relatórios personalizados e assessoria, adaptando-se às necessidades de diferentes clientes.
A Azul firmou parcerias com empresas como Auren, BTG, Caixa Econômica e GSS, priorizando a curadoria de créditos que atendem a critérios de qualidade e sustentabilidade. O executivo mencionou que a escolha dos parceiros foi meticulosa, considerando a reputação e a solidez dos projetos, especialmente em um contexto de desconfiança no setor devido a fraudes relacionadas a créditos de carbono. A nova unidade também auxiliará os clientes corporativos na compreensão do processo de neutralização e na escolha de créditos alinhados às suas estratégias de descarbonização.
O mercado de créditos de carbono tem crescido, com estimativas de negociações entre US$ 1,4 bilhão e US$ 1,5 bilhão em 2024. O Brasil é considerado um dos países com maior potencial para geração de créditos, podendo responder por 15% de um mercado projetado em US$ 50 bilhões até 2030. Entretanto, o setor enfrenta desafios, como a recente Operação Greenwashing, que investiga fraudes em projetos de créditos na Amazônia, levando a Gol a suspender sua parceria com a Moss, uma das comercializadoras investigadas. A Latam, por sua vez, ainda não se manifestou sobre a possibilidade de oferecer serviços semelhantes.
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