Deere antecipa 2025 desafiador com queda nas vendas e inflação crescente nos EUA

A Deere, líder global em maquinário agrícola, antecipa um 2025 desafiador, com produtores de grãos e soja reduzindo gastos devido ao aumento das tarifas. A empresa manteve sua previsão de lucro líquido entre US$ 5 bilhões e US$ 5,5 bilhões, enquanto as vendas no mercado norte-americano devem ser 30% menores. A inflação elevada e a possibilidade de tarifas sob a administração de Donald Trump complicam ainda mais o cenário.

As tarifas sobre importações de aço e alumínio nos EUA podem elevar os custos de produção, enquanto tarifas retaliatórias de parceiros comerciais podem afetar a demanda por produtos agrícolas. As ações da Deere caíram até 5,3% no início do pregão em Nova York, a maior queda em um ano. Apesar de uma leve melhora nos mercados agrícolas, com preços do milho subindo, as grandes fazendas estão cautelosas e preferem consertar equipamentos existentes.

Joel Jackson, analista da BMO Capital Markets, destacou que "os fundamentos não estão melhorando", com vendas e margens de equipamentos agrícolas maiores mais fracas do que o esperado. No entanto, o lucro líquido da Deere no primeiro trimestre foi de US$ 869 milhões, superando a estimativa de US$ 848,7 milhões. O CEO John May afirmou que a empresa está focada na otimização de estoques, o que está mostrando resultados positivos.

A Deere também está investindo em tecnologia, lançando equipamentos como arados e pulverizadores autônomos para incentivar atualizações. Embora a renda agrícola americana deva aumentar em 2025, a maior parte dos ganhos está atrelada a assistência governamental, conforme o Departamento de Agricultura dos EUA.