16 de fev 2025
Riscos de apagão se intensificam no Brasil com crescimento da geração distribuída até 2029
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) prevê aumento de 50% na geração distribuída até 2029. O Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo (PAR/PEL) sugere a criação de um operador de recursos energéticos distribuídos (DSO). Riscos de sobrecarga em quase 140 subestações foram identificados, exigindo medidas preventivas. Investimentos de R$ 7,6 bilhões são necessários para novas linhas de transmissão e transformadores. A descentralização do setor elétrico reflete mudanças significativas na operação e regulação.
"O ONS identificou riscos de sobrecarga na rede em horizonte de longo prazo por conta do aumento de oferta de energia. (Foto: Caio Coronel/Divulgação)"
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O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alertou sobre riscos de sobrecarga na rede elétrica brasileira a longo prazo, devido ao aumento da geração distribuída, que deve crescer de 33,4 gigawatts (GW) em 2024 para 49,5 GW em 2029. Apesar de garantir que o suprimento de energia está assegurado no curto prazo, o ONS e especialistas do setor estão desenvolvendo estratégias para evitar blecautes futuros. O diretor-geral do ONS, Marcio Rea, destacou que eventuais apagões seriam localizados, comparando a situação a um disjuntor que desarma ao ligar vários chuveiros.
No Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo (PAR/PEL) para 2025-2029, o ONS reconheceu que o crescimento da geração distribuída traz desafios significativos para a operação do sistema. Essa modalidade permite que usinas de menor porte, com até 5 megawatts (MW), se conectem diretamente às redes de distribuição, evitando custos com novas linhas de transmissão. Contudo, as redes de distribuição não são controladas pelo ONS, o que pode complicar a gestão da energia gerada.
O ONS identificou que até 140 subestações de fronteira estarão sujeitas a fluxo reverso, com riscos de sobrecarga em três categorias: normal, admissível e inadmissível. Para mitigar esses riscos, o ONS sugeriu a criação do operador de recursos energéticos distribuídos (DSO), que gerenciaria a demanda de energia fora do alcance do ONS. Essa proposta já está sendo discutida com autoridades do setor e consultorias.
A implementação do DSO exigirá mudanças regulatórias e tarifárias, o que pode impactar os consumidores. Especialistas, como Wagner Ferreira, alertam que novos investimentos serão necessários, enquanto Thiago Prado, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), propôs obras para reduzir os riscos de sobrecarga. O PAR/PEL estima que serão necessários R$ 7,6 bilhões em investimentos em infraestrutura. A transição para um modelo elétrico mais descentralizado é vista como uma tendência positiva, conforme afirmado por Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
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