17 de fev 2025
Queda nas viagens diárias desafia transporte coletivo nas metrópoles brasileiras
A pesquisa Origem e Destino do Metrô de São Paulo revelou queda de 15% nas viagens diárias. O uso de transportes coletivos caiu de 15,3 milhões para 12,3 milhões de viagens. O transporte individual agora representa 51,2% das viagens, superando o coletivo. Aumento de 138% nas viagens de táxis e aplicativos indica mudança nos hábitos. Desafios para autoridades incluem subsídios crescentes e congestionamento nas ruas.
Número total de viagens em São Paulo diminuiu, segundo pesquisa (Foto: Edilson Dantas / O Globo)
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A pesquisa Origem e Destino, realizada pelo Metrô de São Paulo, revelou uma queda inédita no total de viagens diárias na Região Metropolitana, marcando a primeira redução desde 1967. O estudo, que abrangeu 32 mil domicílios, apontou que os deslocamentos diários caíram 15% nos últimos dez anos, passando de 42 milhões em 2017 para 35,7 milhões em 2023. A diminuição foi mais acentuada nos transportes coletivos, que registraram uma queda de 15,3 milhões para 12,3 milhões de viagens.
Os dados mostram que o uso de ônibus caiu 32%, enquanto o metrô e os trens perderam 18% e 13%, respectivamente. Em contrapartida, as viagens em táxis e carros de aplicativo aumentaram 138%, subindo de 468 mil para 1,1 milhão. O uso de bicicletas cresceu 25%, mas ainda representa um número reduzido, enquanto as motocicletas tiveram um aumento de 16%, atingindo 1,2 milhão de viagens.
A pesquisa também destacou que, apesar do aumento da população e da frota de automóveis, os deslocamentos a trabalho e escolares diminuíram, refletindo mudanças nos hábitos pós-pandemia. A queda nas viagens coletivas traz desafios financeiros para as autoridades, que enfrentam a necessidade de subsídios crescentes para manter os serviços. A Prefeitura de São Paulo planeja um repasse de R$ 6,4 bilhões às empresas de ônibus em 2024.
A predominância do transporte individual, que em 2023 representou 51,2% das viagens, em contraste com 48,8% dos coletivos, indica um retrocesso em direção a um modelo de transporte mais sustentável. Essa mudança não apenas congestiona as ruas, mas também aumenta o tempo de deslocamento e os custos ambientais. Para reverter essa tendência, é essencial que as autoridades busquem atrair os passageiros de volta aos meios de transporte coletivos.
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