Economia

Proposta do governo pode pressionar a rentabilidade das farmácias e impactar a Bolsa

O governo discute proposta para reduzir preços máximos de medicamentos regulados. JPMorgan alerta que a medida pode prejudicar rentabilidade das pequenas farmácias. Pequenas farmácias, que representam 80% do mercado, operam perto do teto máximo. A redução pode levar à escassez de medicamentos e afetar a oferta no setor. A aprovação da proposta é considerada improvável, mas impactaria ações de empresas.

Interior da farmácia Nissei (Foto: Divulgação)

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O governo brasileiro está avaliando uma proposta para reduzir o preço máximo dos medicamentos, que é definido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O objetivo é evitar que os preços ultrapassem o aumento anual regulado, diminuindo os descontos oferecidos. Atualmente, a indústria opera com preços cerca de 25% a 30% abaixo dos limites máximos, e a nova legislação visa reduzir essa diferença.

Se a proposta for aprovada, o banco JPMorgan alerta que isso pode aumentar a pressão sobre a rentabilidade das redes de farmácias. Nos últimos meses, as empresas têm tentado compensar o reajuste abaixo da inflação nos preços regulados, reduzindo os descontos. No entanto, essa estratégia depende da margem de desconto, que é a diferença entre os preços regulados e os praticados. A regulamentação pode também acelerar a consolidação do setor, representando um risco significativo para pequenos operadores.

Pequenas farmácias independentes, que correspondem a quase 80% do mercado, frequentemente operam com preços próximos ao teto máximo. Assim, uma redução nos preços máximos pode impactar a rentabilidade e a viabilidade desses negócios. Além disso, a diminuição da margem de desconto pode afetar a oferta de medicamentos, pois as farmacêuticas teriam menos flexibilidade para lidar com oscilações nos custos de insumos, especialmente para os genéricos de menor preço.

O JPMorgan considera que a aprovação da medida é improvável, dada a pressão que exerce sobre pequenos operadores e o risco de escassez de produtos. Caso seja aprovada, haveria mudanças significativas no marco regulatório para o registro de novos medicamentos, exigindo uma análise financeira completa para definição dos preços máximos. Apesar da baixa probabilidade, o banco prevê que as ações do setor, como as da RD Saúde (RADL3) e Pague Menos (PGMN3), sofrerão pressão, já que cerca de 50% de seu portfólio é regulado. A Hypera (HYPE3) e a Blau (BLAU3) também podem ser impactadas, embora em menor grau. No longo prazo, a regulamentação pode beneficiar empresas com balanços financeiros mais sólidos, como a RD Saúde, que poderia ganhar participação de mercado em relação aos operadores menores.

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