12 de mar 2025
Banco Central defende novo crédito consignado apesar de críticas do mercado financeiro
O novo crédito consignado pode aumentar de R$ 40 bilhões para R$ 120 bilhões. O Banco Central não vê problemas na medida, visando reduzir dívidas com juros altos. Implementação será gradual, começando com novos empréstimos, não com trocas automáticas. Trabalhadores poderão escolher bancos pela Carteira de Trabalho Digital, ampliando acesso. Fintechs buscam participar, mas necessitam de ajustes técnicos para competir com grandes bancos.
Novo crédito consignado pode ser usado por trabalhador do setor privado para pagar dívidas com custo mais alto. (Foto: Roberto Moreyra / Agência O Globo)
Ouvir a notícia:
Banco Central defende novo crédito consignado apesar de críticas do mercado financeiro
Ouvir a notícia
Banco Central defende novo crédito consignado apesar de críticas do mercado financeiro - Banco Central defende novo crédito consignado apesar de críticas do mercado financeiro
A introdução do novo crédito consignado para o setor privado no Brasil gera críticas do mercado financeiro, que argumenta que essa medida pode conflitar com a política monetária do Banco Central. Enquanto o BC eleva os juros para controlar a inflação, o governo pretende triplicar o estoque de crédito consignado, passando de R$ 40 bilhões para R$ 120 bilhões. No entanto, fontes do Banco Central afirmam que a nova abordagem não representa um problema, pois permitirá a substituição de dívidas com juros altos por taxas mais baixas, aliviando o custo da dívida para as famílias.
A implementação do novo modelo será gradual, inicialmente permitindo apenas novos empréstimos. Contudo, os trabalhadores poderão utilizar o crédito consignado para quitar dívidas mais onerosas, como o crédito rotativo do cartão de crédito. Atualmente, não há limite para os juros do crédito consignado privado, que têm uma taxa média anual de 40,8%, enquanto a expectativa é que se aproxime dos 23,8% do consignado do setor público. Apesar da intenção de facilitar o acesso ao crédito, os altos juros permanecem uma preocupação.
A nova regra visa ampliar o acesso ao crédito consignado, que atualmente é restrito a empregados de empresas com convênios bancários, geralmente grandes corporações. Com a mudança, trabalhadores poderão escolher o banco por meio de uma plataforma na Carteira de Trabalho Digital, onde poderão comparar taxas. As instituições financeiras também terão acesso a dados do eSocial para avaliar o risco das operações, o que pode impactar a concessão de crédito.
As fintechs manifestam interesse em participar desse mercado, mas ressaltam a necessidade de ajustes técnicos para competir com os grandes bancos. A expectativa é que as novas regras sejam divulgadas em breve, permitindo uma compreensão mais clara de como o sistema funcionará e quais serão os impactos para os trabalhadores e o mercado financeiro.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.