12 de mar 2025
Indústria do aço solicita ao governo Lula negociações com Trump para restabelecer cotas de importação
O setor siderúrgico brasileiro enfrenta desafios com tarifas dos EUA desde 2018. Marco Polo Lopes, do Instituto Aço Brasil, pede reabertura de negociações com os EUA. Ele alerta sobre o risco de desvio de comércio e concorrência desleal no Brasil. A nova taxação de aço dos EUA pode gerar perdas de US$ 1,5 bilhão em exportações. Expectativa é que negociações possam aumentar exportações brasileiras para os EUA.
Funcionária cobre uma pilha de tarugos de alumínio, objeto sólido usado como matéria prima para a laminação em siderurgia. (Foto: Christinne Muschi/Bloomberg)
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O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Lopes, solicitou ao governo brasileiro que intensifique as negociações com a administração de Donald Trump para restabelecer o sistema de cotas de importação de aço dos Estados Unidos, que vigorou até 2018. Este sistema isentava impostos sobre importações, respeitando limites anuais de 3,5 milhões de toneladas de semiacabados e 687 mil toneladas de laminados. Lopes destacou a importância de reverter a decisão de Trump, que impôs sobretaxas ao aço, após reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e outros secretários.
O executivo expressou preocupações sobre o desvio de comércio, que pode ocorrer devido às barreiras impostas pelos EUA, levando produtos brasileiros a buscar mercados alternativos, como a China. Lopes enfatizou a necessidade de uma defesa comercial robusta e um controle adequado para evitar uma concorrência desleal no mercado interno. Ele aguarda os desdobramentos das negociações entre os dois países e considerou a reunião com Haddad como positiva, ressaltando a sensibilidade do ministro às demandas do setor.
A nova taxação sobre aço e alumínio dos EUA entrou em vigor sem exceções nesta quarta-feira. O Instituto Aço Brasil afirmou que o sistema de cotas anterior beneficiava tanto o Brasil quanto a indústria americana. Em 2024, o Brasil representou quase 60% da demanda das usinas dos EUA por placas, totalizando 5,6 milhões de toneladas. O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, acredita que o Brasil pode obter uma vantagem competitiva, já que a indústria brasileira complementa a americana.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estimou que as novas tarifas resultarão em uma perda de US$ 1,5 bilhão em exportações do setor siderúrgico brasileiro e uma queda na produção de quase 700 mil toneladas. A nova taxação, que afeta diretamente o Brasil, que exporta mais de 50% de seu aço para os EUA, começou a valer nesta quarta-feira.
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