Juros do Tesouro dos EUA caem enquanto investidores aguardam dados de inflação

Os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA apresentaram leve queda na quarta-feira, enquanto investidores aguardavam ansiosamente os dados sobre a inflação ao consumidor e acompanhavam as últimas notícias sobre tarifas. Às 4h40 ET, o rendimento do título de 10 anos caiu mais de um ponto-base, atingindo 4,275%, enquanto o rendimento do título de 2 anos caiu menos de um ponto-base para 3,936%, após ter registrado seu menor nível desde outubro na manhã de terça-feira. O relatório do índice de preços ao consumidor, que será divulgado pelo Bureau of Labor Statistics às 7h30 ET, é considerado um indicador crucial da saúde da economia dos EUA, especialmente em meio a preocupações sobre o impacto das tarifas na inflação.

A inflação central de fevereiro, que exclui preços voláteis de alimentos e energia, deve mostrar um aumento de 0,3% mensalmente e 3,2% anualmente, enquanto a inflação geral é prevista em 2,9% ao ano. O índice de preços ao produtor será publicado na manhã de quinta-feira e também será monitorado pelos investidores. O cenário inflacionário se agrava com a implementação das tarifas de 25% sobre aço e alumínio, anunciadas pelo presidente Donald Trump, e a resposta da Europa, que impôs tarifas sobre 26 bilhões de euros (cerca de 28 bilhões de dólares) em produtos americanos a partir de abril.

Trump também anunciou que dobraria os impostos sobre as importações de aço e alumínio do Canadá para 50%, em resposta à decisão de Ontário de impor uma taxa de 25% sobre a eletricidade exportada para os EUA. Contudo, o primeiro-ministro de Ontário, Doug Ford, anunciou a suspensão temporária dessa taxa após conversas com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick. O conselheiro de comércio da Casa Branca, Peter Navarro, afirmou que Trump não aumentaria as tarifas sobre o aço e alumínio canadenses para 50%.

O alumínio é considerado um mineral crítico e é amplamente utilizado em diversas aplicações, desde transporte até sistemas de energia. A administração Trump busca aumentar a produção interna de alumínio, utilizando tarifas como principal ferramenta. Desde 2018, uma tarifa de 10% sobre as importações de alumínio foi imposta, mas durante o governo Biden, vários parceiros comerciais foram isentos. Em março de 2025, Trump elevou as tarifas existentes para 25%. Especialistas acreditam que os aumentos de preços para os consumidores podem ser modestos, com estimativas indicando que um carro de 40 mil dólares poderia ter um aumento de cerca de 75 dólares. A Aluminum Association alertou que a reconstrução da capacidade de fundição nos EUA pode levar de oito a dez anos, enquanto o país continuará a depender de importações.