Chocolate caro impulsiona negócios a buscarem soluções criativas para a Páscoa

O aumento significativo no preço do chocolate, impulsionado pela alta de 150% do cacau na bolsa de Nova York, impactou o mercado brasileiro, resultando em uma inflação de 11,99% nos produtos de chocolate em 2024. Renata Cruz, fundadora da Foodness, destaca que a crise climática na Costa do Marfim, responsável por 45% da produção mundial de cacau, agrava a situação, exigindo que empreendedores adotem estratégias inovadoras para manter a lucratividade, especialmente durante a Páscoa.

Julia Larini, da Doces Montiê, tem utilizado as redes sociais para explicar aos clientes os motivos do aumento de preços, que chegou a 25% em relação ao ano anterior. Ela ajustou seu cardápio, substituindo ingredientes mais caros por alternativas mais acessíveis, como chocolate em pó em vez de barras. Apesar das dificuldades, Larini observa que seus clientes têm demonstrado compreensão e continuam a comprar seus produtos.

Empresas maiores, como a Cacau Show, estão focadas em otimizar processos e reduzir custos sem comprometer a qualidade. Iris Ferraz, gerente de produtos da marca, afirma que a análise cuidadosa de embalagens e operações é crucial para evitar repasses de preços ao consumidor. Outras grandes indústrias, como Ferrero e Arcor, também estão implementando medidas semelhantes para manter a competitividade.

No segmento de pequenos negócios, a adaptação é mais desafiadora. Tuta Aquino, da Baianí, enfatiza a importância de demonstrar o valor do produto, mesmo com a necessidade de ajustes na composição. Ele acredita que a conscientização do consumidor sobre a qualidade do cacau pode ajudar a justificar os preços mais altos. Apesar das dificuldades, muitos empreendedores esperam um crescimento nas vendas, investindo em melhorias, como embalagens mais adequadas para facilitar a logística.