Fundos imobiliários de shopping mostram resiliência e atraem investidores em cenário desafiador

Os fundos imobiliários (FIIs) de shopping demonstraram resiliência em 2025, superando expectativas de vendas e reajustes de aluguéis, mesmo em um cenário de juros altos. Analistas do Itaú BBA destacam que, apesar da correlação negativa entre a Selic e os preços das cotas, ativos bem localizados se valorizaram com o aumento das vendas.

Os shoppings de classe A e B apresentaram crescimento nas vendas, quase 4% acima da inflação, e reajustes de aluguéis superiores à inflação. Leonardo Garcia, analista da Trix, afirma que esses empreendimentos têm uma demanda mais resiliente e capacidade de repasse de preços. Mesmo com uma performance negativa de -6,2% nos últimos 12 meses, o segmento ainda oferece um dividend yield de cerca de 12%.

A recuperação pós-Covid foi consolidada, e a trajetória da curva de juros será crucial para a valorização patrimonial dos FIIs. O time do Itaú BBA observa que uma mudança no ciclo econômico pode resultar em bons resultados, impulsionados por retrofits e aquisições estratégicas. Durante a pandemia, o índice P/VP caiu para 0,82.

Além disso, novas tendências surgem no setor, como a parceria entre operadoras de shoppings e FIIs. Essa dinâmica está promovendo um fluxo de transações e valorização de fundos que qualificam seus portfólios. O fundo XP Malls (XPML11) é um exemplo, participando do desenvolvimento de empreendimentos em áreas valorizadas de São Paulo.