Empresas buscam zonas de comércio exterior para evitar tarifas elevadas nos EUA

Empresas buscam alternativas para evitar tarifas de importação nos Estados Unidos. A estratégia, impulsionada pelas tarifas elevadas implementadas pela administração Trump, envolve o uso de zonas de comércio exterior (FTZs) e armazéns alfandegados.

O interesse por FTZs cresceu significativamente nos últimos anos, com empresas de todos os portes considerando a medida para mitigar custos. Tarifas sobre produtos chineses, que podem chegar a 145%, são um dos principais motivadores.

As FTZs permitem que importadores e fabricantes armazenem mercadorias por tempo indeterminado sem o pagamento de impostos. Em armazéns alfandegados, o prazo de armazenamento pode chegar a cinco anos a partir da data de importação.

Jeffrey J. Tafel, presidente da Associação Nacional de Zonas de Comércio Exterior, relatou um aumento recorde nas adesões à organização, especialmente durante o período eleitoral de 2024. A busca por espaços de armazenamento em FTZs aumentou, com empresas buscando adiar o pagamento de impostos.

A criação das FTZs remonta à década de 1930, com o objetivo de incentivar o investimento doméstico nos EUA. Atualmente, o programa emprega mais de 550 mil trabalhadores em todos os estados americanos e Porto Rico.

A utilização de FTZs pode resultar em redução ou isenção de taxas alfandegárias, uma estratégia conhecida como “tarifa invertida”. A Maersk, empresa de logística, observou que empresas que antes descartavam a ideia de usar FTZs agora as consideram uma opção viável.

A decisão de implementar uma FTZ depende da escala das atividades de importação da empresa, mas os setores de bens de consumo, varejo, automotivo, aeroespacial e eletrônicos são os principais usuários. A medida também pode ser vantajosa para fabricantes, permitindo o pagamento de tarifas menores sobre produtos acabados.

Embora a instalação de uma FTZ possa ser custosa, a busca por soluções de longo prazo para as tarifas de importação tem impulsionado o interesse das empresas. A administração Trump está em negociações com 75 países para acordos comerciais, mas a preocupação com a duração da guerra comercial persiste.