24 de abr 2025
Eucaliptos se expandem no Cerrado enquanto empresas buscam soluções climáticas sustentáveis
### Linha fina: A polêmica sobre o plantio de eucaliptos no Cerrado revela tensões entre desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
Floresta de eucalipto (Foto: Pablo Albarenga)
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A crescente demanda por produtos de papel e celulose motivou empresas como Apple e Microsoft a investirem em projetos de reflorestamento na América Latina, especialmente com eucaliptos. Recentemente, o BTG Pactual anunciou um projeto de restauração no Cerrado, que combina plantações de eucalipto com áreas nativas. Essa iniciativa gerou controvérsias sobre os impactos ambientais e a eficácia das compensações de carbono.
O projeto, denominado Project Alpha, visa restaurar 270 mil hectares, mais que o dobro da área da cidade de Los Angeles. A proposta inclui a preservação de 50% da área para vegetação nativa, com o objetivo de conectar habitats e aumentar a biodiversidade. O BTG Pactual já arrecadou R$ 630 milhões para a iniciativa e planeja transformar antigas pastagens em áreas reflorestadas.
Entretanto, críticos apontam que as plantações de eucalipto podem ser prejudiciais ao meio ambiente, criando "desertos verdes" que não suportam a biodiversidade local. Especialistas alertam que a introdução de eucaliptos em regiões secas pode aumentar o risco de incêndios florestais, especialmente em um contexto de mudanças climáticas e secas severas.
A Apple, por sua vez, busca atingir suas metas de neutralidade de carbono até 2030, investindo em projetos como o Restore Fund, que destina R$ 200 milhões para reflorestamento em terras degradadas. A empresa enfrenta desafios significativos, pois precisa compensar cerca de 9,6 milhões de toneladas de CO2 até 2030, enquanto atualmente consegue compensar apenas 700 mil toneladas.
A controvérsia em torno do uso de eucaliptos destaca a complexidade das soluções de reflorestamento e compensação de carbono. Enquanto alguns veem as plantações como uma solução rápida para a demanda por papel e celulose, outros defendem que a preservação de ecossistemas nativos deve ser priorizada para garantir a saúde ambiental a longo prazo.
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