Tarifas elevadas tornam compras em sites chineses como Temu e Shein insustentáveis

O comércio eletrônico de baixo custo, especialmente de sites chineses como Temu e Shein, enfrenta desafios com o aumento de preços. As novas tarifas impostas pela administração Trump impactam diretamente os consumidores de baixa renda, que dependem desses produtos acessíveis.

As exportações de pacotes de baixo valor da China cresceram de US$ 5,3 bilhões em 2018 para US$ 66 bilhões em 2023, segundo um relatório do Congresso. No entanto, a recente imposição de tarifas de 145% sobre importações da China e um imposto mínimo de 10% sobre outros países, além do fim da isenção "de minimis" para produtos abaixo de US$ 800, está mudando esse cenário.

Na última sexta-feira, Temu e Shein aumentaram os preços de diversos itens, como cadeiras de jardim e trajes de banho. Para muitos consumidores, como Rena Scott, uma enfermeira aposentada da Virgínia, isso significa que os produtos que antes eram acessíveis agora estão fora de alcance. Scott, que vive com um pagamento de invalidez, afirmou: “Não posso mais comprar no Temu, e já não conseguia comprar aqui.”

Impacto nos Consumidores de Baixa Renda

Estudos mostram que cerca de 48% dos pacotes "de minimis" são enviados para os códigos postais mais pobres dos Estados Unidos. Em contraste, apenas 22% vão para os mais ricos. Em 2021, as famílias de baixa renda gastaram mais de três vezes sua parte da renda em vestuário em comparação com as mais ricas.

Phillip Dampier, um escritor de direitos do consumidor, relatou que está comprando intensamente em sites chineses, prevendo uma possível escassez de produtos. Ele mencionou que, desde a pandemia, o Amazon se tornou mais caro e menos confiável, levando-o a explorar alternativas como Temu e AliExpress.

Críticas e Questões Éticas

Temu, Shein e AliExpress enfrentam críticas por práticas de segurança de produtos e proteção trabalhista. Além disso, esses sites promovem uma cultura de consumo excessivo, com produtos frequentemente descartados como lixo. Scott destacou que mesmo ao tentar comprar produtos fabricados nos Estados Unidos, os preços são exorbitantes.

A administração Trump defende que as tarifas visam priorizar a fabricação e os negócios americanos. No entanto, consumidores expressam ceticismo sobre a eficácia dessas medidas, com Dampier afirmando que “a ideia de tarifas é idiota” e que a política tarifária é prejudicial.