Natura reduz prejuízo e ações disparam após resultados do primeiro trimestre de 2025

Após um quarto trimestre de 2024 decepcionante, a Natura (NTCO3) apresentou uma recuperação no primeiro trimestre de 2025, reduzindo seu prejuízo líquido em 83,9%. As ações da empresa subiram 7,14%, cotadas a R$ 10,06. O Ebitda recorrente foi de R$ 789,5 milhões, superando as expectativas do mercado.

A receita líquida da Natura alcançou R$ 6,68 bilhões, alinhada com as previsões de R$ 6,56 bilhões. O presidente-executivo, João Paulo Ferreira, destacou que a queima de caixa da Avon Internacional deve ser eliminada a médio prazo, mas não em 2025. Ferreira afirmou que a expectativa é de redução do consumo de caixa ainda este ano.

Desempenho das Marcas

O desempenho da marca Natura na América Latina foi positivo, com crescimento de 12% em moeda constante. No entanto, a Avon enfrentou dificuldades, com queda de 12% nas vendas de beleza no Brasil. A Natura & Co LatAm registrou um aumento de 12% na receita, enquanto a Avon no Brasil teve resultados fracos.

A margem bruta da Natura caiu 20 pontos base devido a fatores pontuais na Argentina. A margem Ebitda ajustada também apresentou queda de 2 pontos percentuais devido à reclassificação de investimentos em tecnologia da informação. O BTG Pactual manteve recomendação neutra e preço-alvo de R$ 18, observando a necessidade de atenção à reestruturação da Avon.

Reestruturação e Expectativas

A Natura anunciou a redução de cerca de 1.100 funcionários, representando 25% da equipe da Avon Internacional, como parte de suas medidas de reestruturação. O Ebitda ajustado da Natura LatAm aumentou 19%, impulsionado pela recuperação das margens e aumento de preços.

A empresa encerrou o trimestre com uma dívida líquida de R$ 2,9 bilhões. Apesar dos desafios temporários, a Natura continua a implementar sua estratégia de reestruturação e busca melhorar seus resultados financeiros nos próximos trimestres.