Eletrobras registra prejuízo de R$ 354 milhões no primeiro trimestre de 2025

A Eletrobras registrou um prejuízo líquido de R$ 354 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 331 milhões do mesmo período em 2024. O resultado foi impactado por um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 5,49 bilhões, uma queda de 3,7% em relação ao ano anterior.

Os custos com energia comprada para revenda aumentaram significativamente, superando R$ 1,56 bilhão, mais do que o dobro do registrado no primeiro trimestre de 2024. Essa elevação, juntamente com a redução na receita de transmissão, afetou negativamente o desempenho operacional da empresa. As ações da Eletrobras caíram cerca de 4% após a divulgação dos resultados.

Estratégias Futuras

Durante uma teleconferência, o vice-presidente financeiro da Eletrobras, Eduardo Haiama, destacou que a empresa espera uma redução do risco de submercado a partir do segundo semestre de 2025. Isso se deve à previsão de menor descolamento dos preços de energia entre as regiões do país. Haiama também mencionou que a companhia adotou uma estratégia de hedge na venda de energia no primeiro trimestre, visando mitigar os impactos de um cenário de preços baixos.

Rodrigo Limp, vice-presidente de regulação, afirmou que a Eletrobras está buscando aumentar as vendas de energia nas regiões Norte e Nordeste, onde os preços permanecem baixos. Ele acredita que, a partir de junho, os preços na região Norte devem se alinhar mais aos do Sudeste, o que beneficiará a empresa.

Dividendo e Expectativas

A Eletrobras também anunciou a distribuição de R$ 1,8 bilhão em dividendos adicionais, considerando a venda de usinas termelétricas para o grupo J&F. O CEO Ivan Monteiro ressaltou que as decisões sobre alocação de capital são discutidas com o conselho de administração, buscando sempre a melhor remuneração para os acionistas.

Analistas do Bradesco BBI classificaram os resultados como fracos, com um Ebitda ajustado de R$ 5 bilhões, 8% abaixo do esperado. Apesar dos desafios, a XP e a Genial Investimentos mantêm recomendações de compra para os ativos da Eletrobras, destacando a importância das estratégias de mitigação de riscos e a expectativa de recuperação nos preços de energia no médio e longo prazo.