20 de mai 2025
Málaga registra aumento de piscinas e enfrenta desafios hídricos na Costa do Sol
Málaga enfrenta um dilema hídrico com a construção de mais de 80 mil piscinas, enquanto a pressão sobre os recursos hídricos aumenta.
Urbanizações da localidade de Benalmádena (Costa del Sol), preparadas para seu uso estival. (Foto: García-Santos/El País)
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Málaga se prepara para encher mais de oitenta mil piscinas neste verão, refletindo o crescimento do mercado imobiliário na região. Anualmente, são construídas cerca de mil e quinhentas novas piscinas, segundo dados do Catastro. A demanda por imóveis na Costa do Sol tem impulsionado esse aumento, com compradores buscando propriedades que incluam piscinas, tanto para uso privado quanto em áreas comuns.
Após um outono úmido e um aumento nas reservas de água, as restrições para encher piscinas foram suspensas. Os reservatórios estão com mais de sessenta por cento de sua capacidade, o que levou o Comitê de Sequía a aprovar a medida. Em Málaga, há mais de seis mil piscinas, enquanto Marbella lidera com onze mil, uma piscina para cada quatorze residentes.
O crescimento das piscinas em Málaga é visto como um reflexo de um planejamento urbano descontrolado, segundo especialistas. Jesus Vargas, professor da Universidade de Málaga, alerta que esse modelo não se adapta às condições climáticas e aumenta a pressão sobre os recursos hídricos. Ele destaca que a construção de piscinas e áreas de lazer requer irrigação, o que agrava a situação.
O aumento da demanda por piscinas é impulsionado por compradores internacionais, que consideram a instalação uma expectativa básica. Christopher Clover, da Panorama Properties, afirma que a ausência de piscina pode desvalorizar um imóvel em até dez por cento. Reformas para incluir piscinas em propriedades já existentes têm se tornado comuns, mesmo em áreas onde a escassez de água é um problema.
A construção de piscinas sem licença é um crime urbanístico, e a Fiscalia de Medio Ambiente já investiga casos de construções ilegais. O promotor Fernando Benítez ressalta que a situação é preocupante, especialmente em uma região com problemas de abastecimento de água. A construção desenfreada de piscinas é vista como insustentável e incompatível com a realidade climática atual.
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