Consumidores brasileiros adotam estratégias para enfrentar a inflação em 2025

Com a inflação pressionando os lares brasileiros em 2025, os consumidores estão adotando diversas estratégias para manter o orçamento em dia. Um estudo da NielsenIQ, intitulado “O Custo Invisível”, revela que as táticas de compra estão sendo moldadas por quatro principais abordagens: troca de categorias de produtos, busca por lançamentos acessíveis, foco em preço e diversificação dos canais de compra.

A primeira estratégia observada é a migração para categorias mais baratas. De acordo com a pesquisa, setenta e quatro por cento das categorias que perderam volume estão sendo substituídas por produtos similares com melhor relação custo-benefício. Exemplos incluem a troca de café em pó por café solúvel e a substituição do leite condensado por mistura láctea condensada. O presidente da NielsenIQ Brasil, Alfredo Costa, afirma que essa tendência já é evidente no início de 2025.

Novos Produtos e Promoções

Outra estratégia crescente é a busca por lançamentos que ofereçam um bom equilíbrio entre valor e preço. Neste ano, mais de trinta e nove mil novos itens foram registrados, com destaque para produtos de tíquete médio mais baixo. Costa ressalta que a ideia de que lançamentos são sinônimos de produtos premium não se sustenta mais, pois os consumidores buscam novidades que se encaixem no orçamento.

Além disso, a valorização de marcas que realizam boas promoções tem se intensificado. Em 2024, sessenta e dois por cento dos lares priorizaram o preço em vez da marca, o que aumenta a eficácia de promoções bem planejadas. A elasticidade nas categorias básicas é de dois vírgula um, indicando que uma redução de um por cento no preço pode aumentar o volume vendido em mais de dois por cento.

Diversificação dos Canais de Compra

Os consumidores também estão diversificando os canais de compra. O atacarejo (cash & carry) continua em expansão, com sessenta e sete por cento do crescimento do canal vindo de consumidores recorrentes. O e-commerce também avançou, especialmente na compra de itens básicos, que representam mais de trinta e cinco por cento dos gastos online com produtos de grande consumo.

Atualmente, os consumidores utilizam em média sete canais diferentes ao longo do ano para montar suas cestas de compras. Eles comparam preços e escolhem conforme a ocasião, buscando encaixar o consumo no orçamento sem abrir mão do essencial. Apesar do cenário desafiador, o estudo mostra que os brasileiros estão encontrando alternativas viáveis para preservar suas rotinas de consumo.