Mariangela Hungria recebe Prêmio Mundial de Alimentação por inovação na agricultura brasileira

A cientista Mariangela Hungria, da Embrapa, foi agraciada com o Prêmio Mundial de Alimentação em 2023. O prêmio, considerado o “Nobel da agropecuária”, reconhece suas pesquisas sobre microrganismos que capturam nitrogênio, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos.

Os estudos de Hungria possibilitaram a conversão de microrganismos do solo em agentes que fornecem nutrientes às plantações. Estima-se que suas descobertas tenham gerado uma economia de R$ 25 bilhões na agricultura brasileira e evitado a emissão de 230 milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.

A trajetória de Mariangela inclui formação na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da Universidade de São Paulo (USP) e doutorado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Ela também passou por instituições renomadas nos Estados Unidos e na Espanha, consolidando suas pesquisas na Embrapa.

Avanços na Agricultura Brasileira

O Brasil tem se destacado na agricultura global, com um aumento de 400% na produtividade agrícola entre 1975 e 2020. Entre 2000 e 2019, a produtividade do campo cresceu 3,2% ao ano, superando a média mundial de 1,7%. A contribuição da ciência e tecnologia para o valor bruto da produção agrícola aumentou de 50% para mais de 60% entre 1995 e 2017.

O reconhecimento de Mariangela Hungria se junta a outros prêmios recebidos por pesquisadores da Embrapa, como Edson Lobato e Alysson Paolinelli. Esses avanços científicos têm transformado o Brasil em um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, destacando a importância da pesquisa para o desenvolvimento econômico.

O prêmio recebido por Hungria serve como um alerta para todos os setores da economia: sem conhecimento científico e pesquisa tecnológica, não há progresso.