Governo de Portugal prioriza estratégia da TAP em meio a planos de privatização

O governo de Portugal considera a TAP (Transportes Aéreos Portugueses) uma questão estratégica e não apenas financeira, enquanto avança com os planos de privatização da companhia aérea estatal. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que a TAP é "muito mais uma questão estratégica do que financeira". A privatização está em andamento, mas o ministro não revelou o cronograma para a venda.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, destacou a intenção de manter o hub da TAP em Lisboa e as rotas consideradas essenciais para o país. As principais companhias aéreas da Europa, como Air France-KLM, Deutsche Lufthansa e IAG (International Airlines Group), já demonstraram interesse na aquisição da TAP, que é a maior operadora europeia de voos para o Brasil e possui forte presença na África.

Polêmica no Brasil

Recentemente, a TAP se envolveu em uma controvérsia após cancelar um voo no Brasil. A companhia se recusou a embarcar um cão de serviço, que deveria acompanhar uma criança autista, desrespeitando uma decisão judicial. O incidente ocorreu no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e resultou na autuação de um gerente da TAP pela Polícia Federal.

O plano de privatização da TAP foi adiado após a queda do governo minoritário de Montenegro em março. As eleições antecipadas em maio resultaram na vitória da coligação governista, que, embora tenha aumentado sua representação no parlamento, ainda não possui maioria absoluta. O governo agora considera a venda de uma participação minoritária na TAP para evitar oposição política.

Avaliação e Futuro

O governo está elaborando dois relatórios para avaliar o valor da TAP, que é uma das poucas companhias aéreas estatais disponíveis na Europa. Em 2024, a TAP transportou 16 milhões de passageiros, um aumento de 1,6% em relação ao ano anterior. Além de atender ao crescente número de turistas em Portugal, a TAP conecta a diáspora portuguesa e liga o continente aos arquipélagos da Madeira e dos Açores.