29 de mai 2025
Cânhamo se destaca como nova fronteira para o agronegócio no Brasil, aponta evento em SP
Cânhamo é visto como nova fronteira do agronegócio no Brasil, com potencial de R$ 26 bilhões e 300 mil empregos, dependendo da regulamentação.
Potencial de negócios dentro da legalidade pode estimular o aumento de cultivo da planta no Brasil. (Foto: Victor Moriyama/Bloomberg)
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Durante um evento em São Paulo, o cânhamo foi destacado como uma nova fronteira para o agronegócio brasileiro. A planta, que possui aplicações industriais e medicinais, pode gerar R$ 26 bilhões anuais e 300 mil empregos se houver regulamentação adequada. O diretor da Sechat, Daniel Jordão, afirmou que o interesse do setor agrícola no cânhamo está crescendo, destacando seu potencial para transformar o mercado.
A discussão sobre o cânhamo busca desfazer o estigma associado à cannabis, frequentemente ligada à maconha. Beatriz Marti Emygio, pesquisadora da Embrapa, explicou que a distinção entre cannabis medicinal e cânhamo é mais discursiva do que botânica. Ambos pertencem à mesma espécie, e a diferenciação se dá pelos teores de canabinóides como THC e CBD.
O evento focou em mostrar os benefícios econômicos e sociais do cânhamo, evitando a polêmica do uso recreativo da cannabis. Jordão ressaltou que o objetivo é apresentar dados que ajudem a superar preconceitos. A Embrapa tem recebido demandas de empresas interessadas em adaptar maquinários para o cultivo e processamento do cânhamo, evidenciando o interesse do agronegócio.
O Brasil possui condições climáticas e de solo favoráveis ao cultivo do cânhamo, que pode ser utilizado em diversas indústrias, como bioplásticos, construção civil e têxtil. A planta é considerada sustentável, exigindo menos água e defensivos agrícolas, além de contribuir para a regeneração do solo e sequestro de carbono.
Apesar do potencial, a regulamentação ainda é um desafio. Jordão destacou a necessidade de uma legislação clara para atrair investimentos e destravar a cadeia produtiva. Atualmente, o mercado de cannabis medicinal já movimentou cerca de R$ 853 milhões em 2024, com projeções de ultrapassar R$ 1 bilhão em 2025. O cânhamo industrial, por sua vez, pode representar um impacto econômico significativo, mas depende de avanços nas discussões políticas.
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